A União Europeia (UE) sairá “mais forte” da crise da Covid-19, apesar das dúvidas sobre a solidariedade entre Estados-membros, disse esta sexta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Estou convencida que a Europa sairá mais forte desta crise”, afirmou, numa entrevista a uma rádio francesa, citada pela agência Lusa.
Ursula von der Leyen reconheceu compreender o alerta do seu antecessor no cargo, Jean-Claude Juncker, quando este referiu que a falta de solidariedade é um perigo mortal para a UE, mas citou outro antigo presidente da Comissão Europeia – Jean Monnet – dizendo que “a Europa reforça-se nas crises”.
“A morte da Europa já foi prevista muitas vezes”, lembrou, acrescendo que a UE ainda perdura e saiu sempre por cima.
Concretamente sobre o combate à pandemia da covid-19, reiterou a necessidade de os Estados-membros cooperarem.
“Isto não funciona sempre perfeitamente, mas é bem melhor do que cada um por si”, sublinhou, lamentando decisões individuais de alguns países no início da crise, como o encerramento das fronteiras internas e a interdição de exportação de material médico, e que entretanto foram abandonadas.
A líder do executivo comunitário reiterou também a intenção de lançar um plano de recuperação económica para a UE, através do orçamento comunitário e apontou para uma decisão depois da Páscoa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil. Dos casos de infeção, cerca de 190 mil são considerados curados. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 525 mil infetados e mais de 37 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.915 óbitos em 115.242 casos confirmados até quinta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 10.003, entre 110.238 casos de infeção confirmados, enquanto os Estados Unidos, com 6.058 mortos, são o que contabiliza mais infetados (245.573). Na quinta-feira registaram o número mais elevado de óbitos num só dia num país (1.169) em meados do mês, para a reabertura das fronteiras externas do bloco.