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Dinheiro do bar e papelaria dos Colégios GPS era entregue aos administradores

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claremontcollegesdigitallibrary / Flickr

As receitas em dinheiro do bar e da papelaria de dois colégios eram entregues aos cinco administradores por funcionários, uma professora e um filho de um dos arguidos.

Todo o dinheiro que entrava em numerário no bar, papelaria e até numa feira do livro era entregue aos cinco administradores do grupo GPS constituídos arguidos, segundo a acusação do Ministério Público a que o Observador teve acesso.

De acordo com as orientações dadas aos serviços administrativos do Colégio São Mamede e do Colégio Miramar dadas pelos administradores, os pagamentos em cheque ou moedas deviam ser “depositados na conta bancária aberta em nome desses colégios”, mas se os alunos pagassem em notas, eram “entregues aos administradores, ou a pessoas da sua confiança”.

Este desvio de numerário terá acontecido entre 2010 e 2014, período em que “António Calvete, Manuel Madama, António Madama, Fernando Catarino e Agostinho Ribeiro decidiram apoderar-se de verbas provenientes de outras receitas dos colégios, designadamente de papelaria e bar” e também de uma feira do livro, cujas receitas atingiram os 1.068,39 euros.

Segundo o jornal, um total de 426.987,99 euros foi entregue aos arguidos, e desse total, quase meio milhão de euros foi recolhido por um funcionário no Colégio São Mamede, que aparece referenciado na acusação do MP como “Dr Manuel”.

Além disso, na lista de pessoas que recolheram o dinheiro para entregar aos administradores consta uma professora – que fez uma recolha no valor de 4.145 mil euros  – e Nuno Madama, filho do arguido António Madama, que recolheu 76.064,30 mil euros.

Este alegado desvio de dinheiro poderá justificar a apreensão de 29 mil euros “em numerário” a Manuel Madama – além de 60 veículos – e de 25 mil euros em dinheiro a António Madama, além de sete carros.

No passado dia 23 de março, o MP acusou por corrupção, peculato, falsificação de documento, burla qualificada e abuso de confiança dois ex-decisores públicos e cinco administradores do grupo GPS – três deles, inclusive, continuam em funções.

Foram usados mais de 34 milhões de euros dos mais de 300 milhões pagos ao grupo no âmbito dos contratos de associação com o Estado, principalmente através de seis empresas-fantasma controladas pelos administradores. Esse dinheiro serviu para pagar viagens, cruzeiros, carros, jantares, vinhos e seguros pessoais.

ZAP //

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