Pelo menos 26 pessoas morreram, depois do colapso de uma barragem hidroelétrica em construção no Laos, e receia-se que este número aumente conforme avançam os trabalhos das equipas de resgate que procuram as centenas de desaparecidos.
Oito aldeias da província de Attapeu, no sul do país, ficaram completamente inundadas depois do colapso de uma barragem hidroelétrica em construção de Xepian-Xe Nam Noy, segundo o jornal Vientiane Times.
Um total de 131 pessoas estão dadas como desaparecidas no Laos, após o desmoronamento de uma barragem que submergiu aldeias inteiras, declarou o primeiro-ministro, Thongloun Sisoulith, num primeiro balanço da catástrofe, que terá causado pelo menos 26 mortos.
As autoridades estão a utilizar helicópteros e embarcações para procurar as centenas de pessoas que ainda estão desaparecidas ou resgatar aquelas que estão presas nos telhados e terraços das suas casas, de acordo com o governador do distrito Bounhome Phommasane.
O governador Bounhom Phommasane, do distrito de Sanamxay, em Attapeu, declarou à imprensa que, esta manhã, tinham sido resgatadas 2.851 pessoas, mas ainda estavam cerca de 3.000 à espera de auxílio. Mais de 6.600 pessoas estão desalojadas.
“Um segundo passo para nós será recuperar e identificar os mortos, mas atualmente o prioritário é encontrar os que continuam vivos“, acrescentou o responsável, citado pelo jornal Vientiane Times.
Imagens transmitidas pelos media locais mostram pessoas nos telhados de casas, esperando socorro, enquanto alguns fogem da zona com os bens que puderam salvar das inundações, que atingiram um vasto perímetro. A Cruz Vermelha está a distribuir roupas, alimentos e água potável.
Segundo a AFP, perto de 750 pessoas refugiaram-se num armazém numa província vizinha a dezenas de quilómetros do local do acidente.
Entretanto, aumentam as críticas da população local, que lamenta a falta de informação atempada para conseguirem escapar da inundação, já que as chuvas fortes causaram danos visíveis na estrutura dias antes do seu colapso.
Os governos de Singapura, Tailândia e Coreia do Sul foram os primeiros a oferecer ou enviar assistência.
O serviço meteorológico do país prevê mais chuvas fortes e moderadas nos próximos dias, acompanhadas de fortes ventos na região, o que pode agravar a situação.
A barragem foi construída por uma ‘joint venture’ liderada por empresas sul-coreanas, com parceiros tailandeses e laosianos. A companhia tailandesa Ratchaburi Electricity Generating Holding (RATCH), que participa no projeto de construção da barragem, explicou em comunicado que o colapso aconteceu devido “às continuas chuvas que causaram a entrada de um grande volume de água no reservatório”.
Dezenas de barragens estão atualmente em construção no Laos, que exporta a maior parte da sua energia hidroelétrica para os países vizinhos, incluindo a Tailândia.
Desde há vários anos que as organizações ambientais expressam as suas preocupações sobre as ambições de energia hidroelétrica do Laos, incluindo o impacto das barragens no Mekong, na sua flora e fauna, na população rural e nas economias locais que dela dependem.
A barragem da província de Attapeu, um projeto de mais de 855 milhões de euros, está em construção desde 2013, uma obra da responsabilidade da Xe Pian-Xe Namnoy Power Company (PNPC), uma ‘joint venture’ formada pela Ratchaburi Electricity Generating Holding, a empresa coreana Korea Western Power e da empresa Laot Holding State Enterprise, do Laos.