CML sabia das exigências do altar-palco há um ano. Plano de mobilidade atrasado

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CM Lisboa

Altar-Palco

Igreja defendeu que, como o evento é dirigido aos jovens, a estrutura deveria assentar numa estética contemporânea e jovem, luminosa e de linhas suaves”.

Apesar da polémica em torno do custo do altar-palco para a Jornada Mundial da Juventude e do passa-culpas que se seguiu à notícia, a Câmara Municipal de Lisboa, uma das entidades envolvidas na organização do evento, já sabia dos requisitos da Igreja para a estrutura.

Prova disso é um documento a que o jornal Expresso teve acesso, datado de dezembro de 2021, com o título “Bases Programáticas Parque Tejo/Trancão (Programas Iconográfico e Funcional)”.

No documento consta uma “versão preliminar” do que instituição pretendia para o espaço, nomeadamente a necessidade de albergar 2000 pessoas.

No documento é ainda feita referência ao “levantamento das necessidades pastorais e iconográficas” e às “necessidades logísticas, infraestruturais, técnicas, e de consumíveis”. Em causa, dois dos principais eventos da Jornada: a vigília e a missa final.

“O projeto do palco principal deve prever diversas áreas com funções diferentes“, pode ler-se no documento. Primeiro, um presbitério com capacidade para 300 pessoas, um altar e ambão, com lugar para 150 pessoas de cada lado do altar, e lugares sentados para “o séquito papal, cardeais e ministros do altar”.

Depois, uma área, chamada “central”, que deverá ser “aberta e livre de obstáculos” e que será usada para “atuações artística”. Deverá ainda permitir entradas e saídas de “equipamento diverso, cenários e pessoas”.

Neste âmbito, um requisito fundamental do altar-palco é anunciado: “o acesso deve ser fácil e direto, por exemplo, através de uma rampa“.

No documento, são ainda descritas outras áreas importantes da estrutura, as quais já tinham sido conhecidas quando o desenho do palco foi tornado público.

É o caso da lateral, com “lugares sentados para cerca de 1000 bispos”, a do coro, a qual é composta por “200 elementos, dispostos em bancadas”, um espaço que deverá ser “acusticamente vibrante”, uma área para outro coro (de mãos), o qual deverá receber 20 a 30 elementos, e uma última área para a orquestra, de 90 elementos.

O documento deixa uma última exigência. “As várias áreas do palco devem permitir o acesso entre si.”

Em termos artísticos, e considerando que se trata de um evento dirigido a jovens, “a conceção artística do projeto arquitetónico e do programa iconográfico deve assentar numa estética contemporânea e jovem, luminosa e de linhas suaves“.

Para já, nenhuma das entidades envolvidas forneceu explicações ou atualizações sobre as negociações com vista à diminuição do preço da estrutura — atualmente orçamentada em mais de 6 milhões de euros.

Plano de mobilidade, à responsabilidade do Governo, está atrasado

Depois do desenho do palco, a nova polémica parece envolver o Governo, como consequência do atraso na apresentação do plano de mobilidade.

José Sá Fernandes, antigo vereador de Fernando Medina, é o responsável nomeado pelo Governo para a gestão das Jornadas, com a sua equipa a garantir que tudo corre como o previsto, aponta o Observador.

O plano de mobilidade é considerado um dos documentos mais importantes do planeamento das JMJ, já que naquele período cerca de 1,5 milhões de jovens se deslocarão por Lisboa.

O documento foi ainda apontado pela Igreja Católica como condicionante para a escolha dos lugares onde os jovens serão alojados em inscritos, mas também para as catequeses diárias — conferências de bispos de vários países do mundo que vão acontecer naquela semana na Grande Lisboa.

ZAP //

1 Comment

  1. Está mais que evidente ; quer queiram ou não queiram , seremos nôs , contribuintes Portugueses que iremos arcar com este Festival ! . As escandalosas estimativas pecuniárias , que vieram a Publico das JMJ , sô serviram para testar a opinião Publica . Os Serviços Públicos em geral , estão bem como estão , ou seja insuficientes para não dizer inexistentes !

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