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Cientistas espanhóis desvendaram o mistério das árvores que resistem ao fogo

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DR

Dois espanhóis, irmãos e cientistas, conseguiram explicar o mistério que transforma os ciprestes imunes aos fogos florestais: É uma questão de preservação da água.

O botânico Bernabé Moya e o irmão José Moya, que é engenheiro ambiental, dedicaram os últimos três anos ao estudo das propriedades dos ciprestes, depois de se terem deparado com um aglomerado destas árvores que resistiu milagrosamente a um incêndio, numa floresta de Valência, em 2012.

Os resultados do trabalho dos dois cientistas do Departamento de Árvores Monumentais de Valência foram publicados este mês no Journal of Environmental Management.

Após vários testes em Espanha, no Laboratório de Fogos Florestais, e também em Itália, no Instituto Para a Protecção das Plantas Sustentáveis (IPPS) de Florença, os investigadores concluíram que é o alto teor de água que torna os ciprestes resistentes ao fogo.

“Por causa da estrutura particular das suas folhas, observamos que o cipreste mediterrânico é capaz de manter um alto teor de água, mesmo em situações de extremo calor e seca, e este é um ponto de partida muito favorável no que concerne ao risco de fogo”, explica o investigador Gianni Della Rocca, que levou a cabo os testes laboratoriais em Florença, de acordo com a BBC.

Esses testes foram feitos com amostras de troncos mortos e secos das árvores, mas também com pequenos ramos vivos com folhas de diferentes tamanhos.

“A cutícula é espessa e os estómatos – os poros da epiderme das folhas – estão dispostos no lado interior e protegidos das folhas de escala semelhantes e, por isso, estão menos sujeitas à alta perda de água“, esclarece Della Rocca.

“A espessa e densa camada de serapilheira age como uma esponja e retém a água, formando também uma camada compacta e intrincada que se decompõe devagar”, diz ainda o mesmo investigador.

“Desde os testes preliminares, observamos que, nas nossas condições experimentais, nos pinheiros a desgaseificação dos compostos inflamáveis como a resina acontece depressa. A ignição começa logo a partir desses gases e depois é transmitida aos galhos e agulhas. No caso dos ciprestes talvez os compostos inflamáveis muito voláteis sejam desgaseificados um pouco de cada vez, durante a fase de aquecimento que precede a ignição, por isso não contribuem para o processo de combustão”, conclui Della Rocca.

Bernabé Moya explica também que os ciprestes poderão assim ser usados como barreira contra fogos, especialmente em certas zonas sensíveis.

As primeiras barreiras serão plantadas em Espanha já neste Outono.

ZAP

10 Comments

      • Em vez de estar a perder tempo a escrever uma frase a dizer para ir pesquisar ao google porque não deu logo a resposta? Por acaso eu também não fazia a mínima ideia mas fiquei a saber que, “passou a ser a árvore oficial dos cemitérios por uma razão muito prosaica: O seu sistema radicular é muito superficial e largo, aquilo que em gíria se chama ter “uma pata larga”. Assim, como as raízes não são profundas, não existe o perigo de violar as sepulturas (e você sabe quanto o Homem é sensível a estas questões). Imagine só se pusessem Choupos nos cemitérios: Alguns anos depois, já existiriam ossadas à superfície. E aqui está a explicação de como tão elegante e delicada árvore acabou confundida com os rituais da morte. “

  1. #Queli PT: comentário estúpido e excusado.

    É uma excelente noticia que se tenha descoberto árvores resistentes ao fogo, dado a calamidade que todos os anos assolam este país, e não só, traduzindo em, perdas materiais e humanas, que passam para lá da tragédia. Esta é uma solução natural que pode enriquicer o património ambiental e social. Excelente noticia… já não tão excelente para os ‘ateadores de fogos’.

  2. Se o excelso QUELI PT se desse ao trabalho de tentar saber qual a razão porque a “tradição” usa o cipreste para ladear os cemitérios, evitaria um comentário descabido…..

  3. Gosto de ciprestes! Começaram a ser usados em cemitérios por terem raízes pouco profundas, evita-se, assim, a violação das sepulturas! Merecem ser plantados em locais de lazer!

  4. Nem todos os ciprestes (famlia das cupressaceas) são de cemitérios. Muito antes de existir Cupressus sempervirens nos cemitérios o clero usava os teixos (Taxus baccata) nos cemitérios, contudo e devido à toxicidade do seu fruto foi retirado dos cemitérios e substituído pelo Cupressus sempervirens, pois envenenava os cavalos que naquela época eram o meio de transporte.
    No concerne à noticia, em Portugal, mais concretamente no Algarve já se fazem plantações de cupressaceas tendo em vista o controle de ventos e consecutivamente de incêndios. A solução para os fogos passa pela plantação de florestas mistas e não monoculturas isoladas, o que acontece por todo Portugal como por exemplo com os Eucaliptos. Acontece que em Portugal outros valores se levantam quando falamos de floresta e paisagem. O problema não é o fogo, chuva , neve etc, o problema é o homem e a sua postura parasita perante os ecossistemas. Mas como tudo na natureza tem um fim, o nosso se calhar não está longe.

  5. Eu acrescentaria outro aspecto. Pelo que pude constatar num ciprestes que plantamos aqui, a vegetação herbacea e arbustiva, parece não se desenvolver tão bem debaixo deles, comparativamente a outras esperies arboreas. Ora para a propagação de um fogo, quer para combustão das arvores de grande porte, a vegetação que se encontra “por baixo” conta muito… Impressão minha? não sei. Mas Se há tontos a escrever o que bem lhes apetece, sem conhecimento -nenhum- de causa, porque não eu, com 30 anos a viver aqui, formação agrícola e ainda experiência profissional no ramo? e sem contar com 2 dedos de testa….vá pronto, apenas 2 dedos de testa…

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