Basileia, na Suíça, está a oferecer aos seus sem-abrigo um bilhete só de ida para qualquer destino europeu se concordarem em assinar um contrato a prometer não voltar à cidade.
De acordo com a revista Newsweek, Toprak Yergu, porta-voz do Departamento de Justiça da Basileia, disse ao jornal local 20 Minutes que os sem-abrigo na cidade podem solicitar um voucher de viagem e 20 francos suíços (equivalente a 18,21 euros). Em troca, os indivíduos devem assinar um contrato a prometer não regressar ao país durante um determinado período de tempo.
Qualquer indivíduo apanhado a violar este contrato pode ser deportado.
“Os beneficiários devem comprometer-se por escrito a não regressar à Suíça – pelo menos por um certo período de tempo. Se forem vistos novamente, correm o risco de serem expulsos do nosso país”, disse Yergu.
De acordo com o jornal suíço Le News, 31 pessoas sem-abrigo aceitaram a oferta da cidade, incluindo 14 da Roménia e sete da Alemanha.
Por sua vez, os críticos consideraram esta oferta uma “limpeza das ruas”.
A Suíça, um país da Europa Central com montanhas, lagos e aldeias, demonstrou uma abordagem de tolerância zero para os sem-abrigo.
Em janeiro de 2014, as autoridades em Genebra detiveram uma mulher sem-abrigo depois de não ter pagado uma multa de 500 francos suíços (equivalente a 455 euros) por mendigar nas ruas.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos revogou a decisão da cidade e determinou que o tratamento que deram à mulher era inconsistente com o objetivo de proteger os direitos do público. A cidade foi condenada a pagar à sem-abrigo uma indemnização de 922 euros.
Em setembro de 2016, o governo do cantão suíço de Vaud, que é composto por 10 distritos com Lausanne como a sua capital, aprovou uma lei a proibir as pessoas de mendigar na área.
Grupos de direitos humanos e organizações políticas de esquerda tentaram derrubar a proibição no tribunal constitucional de Vaud, mas a maioria dos juízes rejeitou a iniciativa. Os grupos levaram o caso ao Tribunal Federal, o mais alto tribunal do país, onde o seu esforço foi rejeitado novamente.
Os críticos argumentam que a lei exclui os indivíduos com pouca riqueza. Por outro lado, os proponentes consideram a medida necessária para proteger os cidadãos de grupos criminosos organizados que exploram a comunidade sem-abrigo.
Em 2018, uma investigação do jornal britânico The Guardian revelou que o Reino Unido teve uma conduta semelhante, dando a milhares de sem-abrigo um bilhete só de ida para deixar determinados locais por um período de quatro anos.
“os críticos consideraram esta oferta uma limpeza das ruas”
— e o que há de mal nisso?
É muito mais simples livrarem-se dos problemas do que resolvê-los!
E se os “problemas” não são deles mas sim “importados”?
Pois “serão importados”… assim como boa parte da riqueza da Suíça – que até terá sido desviada dos países de onde chegaram esses sem-abrigo!
Varrer o lixo para debaixo do tapete, só que aqui o lixo são seres humanos…..
E exatamente para onde é que a Suíça vai deportar cidadãos Suíços, se aqueles que aceitarem esta proposta decidirem voltar à Suíça? Nenhum país tem a obrigação de aceitar cidadãos estrangeiros!
E a Suiça já virou assim tanto á direita? Olha: A Suzana Garcia é que podia ir para lá! Ia sentir-se em casa!
Uma boa forma de sacudir a água do capote, em vez de arranjarem centros de abrigo onde possam viver com alguma dignidade, procuram ver-se livres deles impingindo-os para outros. Recordo-me no tempo do Salazar haver mendigos que andavam de terra em terra a pedir para sobreviver, criou asilos onde passaram a viver com alguma dignidade, hoje com melhores condições económicas parece até ser um luxo ver cidades com mendigos deitados no chão mais parecendo sacos do lixo.
Se fosse cá em Portugal estava tudo a dizer que somos racistas, inclusive nós uns para os outros tipo “é uma pouca vergonha no estrangeiro não é assim é melhor etc, etc, mas sendo na Suíça, acho bem uma limpeza….