Caiu uma bomba no ciclismo internacional: a belga Femke Van den Driessche usou um motor para ganhar vantagem em relação aos adversários durante os Mundiais de Ciclocrosse, e foi apanhada. É o primeiro caso de doping tecnológico da história do ciclismo.
A ciclista belga Femke Van der Driessche foi desclassificada do Mundial de Ciclocross depois de ter sido detectado um pequeno motor no quadro da sua bicicleta, anunciou este domingo o presidente da União Ciclista Internacional, Brian Cookson.
“Pensamos claramente que se trata de uma fraude tecnológica, com recurso a um motor escondido. O doping mecânico passou a ser, infelizmente, uma realidade”, revelou o dirigente da UCI, citado pela Cycling News.
“Enviámos este sábado uma mensagem a todos os que querem fazer batota. A nossa tecnologia para detectar este tipo de fraude funciona”, congratulou-se Cookson.
Apesar de já haver suspeitas deste tipo de fraude há muitos anos, só agora foi comprovado o primeiro caso de doping mecânico.
Desde 2010 que há rumores de atletas que procurariam ganhar vantagem com recurso a artefactos mecânicos ocultos nos quadros das bicicletas, subterfúgio que ganhou o nome de doping mecânico.
A partir de 2014, na Volta a Espanha, inspectores os da UCI passaram a realizar sistematicamente exames minuciosos às bicicletas, à procura de motores escondidos, mas até agora nunca tinha sido encontrado qualquer artefacto ilegal.
Na Volta à França 2015, as bicicletas do britânico Chris Froom e do espanhol Alberto Contador tinham já sido também minuciosamente inspeccionadas pelos comissários da prova, sem que fosse encontrada qualquer irregularidade.
Van den Driessche nega
O engenho de Van der Driessche foi apreendido no sábado, durante uma prova do Campeonato Mundial sub-23 de ciclocross, realizado em Zolder, na Bélgica.
A ciclista, uma das favoritas nos Mundiais, tinha ironicamente abandonado a corrida devido a problemas mecânicos.
Em lágrimas, Van den Driessche defende-se e nega que tenha tido intenção de cometer qualquer irregularidade. “A bicicleta era de um amigo com quem costumo treinar”, garante a ciclista, em entrevista à VRT Sport.
“É muito mau ser acusada de uma coisa desta gravidade, percebo que estou num grande sarilho”, diz a belga. “Penso que a minha carreira acabou, mas tenho esperança numa segunda oportunidade”.
O treinador da seleção belga Rudy De Bie, manifestou-se “chocado” com o caso. “Nunca pensei que isto fosse possível. Femke enganou toda a comitiva e a federação belga”, lamentou o técnico.
A ciclista belga arrisca agora uma suspensão mínima de seis meses e uma multa que pode ir dos 18 mil aos 180 mil euros.
ZAP
Desporto? Qual desporto?
Mas ainda existe algum desporto?…
Ó santa hipocrisia…
Fácil solução. … banida do desporto para sempre … ninguém vai a um mundial com uma bicicleta de um amigo. A mensagem a passar tem de ser forte .. aliás todas a bicicletas deviam passar antes das provas por um RX e terem um selo inviolável de “aprovado” .. também não parece muito difícil de resolver