CIA foi avisada de plano ucraniano para sabotar o Nord Stream — três meses antes do ataque

Danish Defense Command

Fuga de gás no Nord Stream ao largo da costa da Suécia

A agência norte-americana de inteligência CIA foi alertada sobre um detalhado plano ucraniano para sabotar o gasoduto Nord Stream, três meses antes de este ter sido ser atacado.

Três meses antes de o Nord Stream ter sido sabotado, a administração Biden soube, através de um aliado próximo, que o exército ucraniano tinha planeado um ataque clandestino ao gasoduto, que transporta gás natural da Rússia para a Alemanha.

De acordo com um relatório do The Washington Post, o plano ucraniano envolvia uma pequena equipa de mergulhadores, que reportava diretamente ao General Valerii Zaluzhnyi, comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas e oficial militar de mais alta patente da Ucrânia.

O ataque implicaria que a equipa de mergulhadores colocasse explosivos no gasoduto e o fizesse explodir. Para permitir que Kiev pudesse manter a chamada “negação plausível”, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy terá sido propositadamente mantido desinformado do plano.

Três meses mais tarde, em setembro de 2022, o gasoduto foi severamente danificado por diversas explosões, num incidente que o presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou ser um “ato deliberado de sabotagem” que iria ser investigado.

Kiev rejeitou sempre qualquer ligação com o incidente.

Em junho de 2022, uma agência de espionagem europeia terá informado a CIA do plano ucraniano, que responsáveis diplomáticos norte-americanos e ocidentais consideraram ser um “descarado e perigoso ataque à infraestrutura energética da Europa.

A informação de que a agência de inteligência norte-americana terá tido conhecimento do plano consta nos documentos militares confidenciais divulgados no início deste ano no Discord por Jack Teixeira, a que o The Washington Post teve acesso.

Apesar da divulgação do alegado plano e da notória semelhança dos seus detalhes com as conclusões da investigação das autoridades alemãs sobre o incidente, a CIA manteve-se silenciosa.

Também o ministério da defesa ucraniano se escusou a comentar o assunto. A Ucrânia tem negado consistentemente qualquer envolvimento no ataque.

As suspeitas da autoria do ataque ao gasoduto não recaem apenas sobre a Ucrânia. As investigações revelaram uma forte presença militar russa na região, antes das explosões, levando a que não possa ser descartada a possibilidade de o ataque ter tido dedo da Rússia.

A culpa do ataque ao Nord Stream permanece assim solteira — embora as mais recentes revelações pareçam indicar que a Ucrãnia andou a namorar a ideia.