Chocolates mais caros porque produtores não chegam para encomendas

Moyan Brenn / Flickr

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A procura mundial por chocolate está a aumentar ao ritmo mais rápido dos últimos três anos, deixando os maiores produtores na África Ocidental sem capacidade para responder às encomendas, o que torna os chocolates mais caros para os consumidores.

As sementes de cacau, a base dos tradicionais chocolates usados nesta quadra pascal, subiram em março para o preço mais alto dos últimos 30 meses, obrigando os vendedores a reflectir este aumento no preço pago pelos consumidores, de acordo com a consultora Euromonitor International, citada pela agência financeira Bloomberg.

Um exemplo dado pela agência de notícias financeiras encontra-se no Reino Unido, e revela um aumento de preço do chocolate em bruto na ordem dos 18% só nos primeiros quatro meses deste ano, o que resulta num aumento de 50% no preço final pago pelos consumidores britânicos face ao ano passado.

De acordo com as estimativas feitas por 14 analistas contactados pela Bloomberg, o preço do chocolate pode subir 6,3% até ao final do ano, o que seria o valor mais alto desde julho de 2011.

De acordo com a Organização Internacional de Cacau, o preço nos Estados Unidos da América da manteiga de cacau, responsável por cerca de 20% de uma barra típica de chocolate, subiu 86% nos 12 meses terminados em abril, e os outros ingredientes, como o leite, também continuaram a subir nos Estados Unidos e na Europa.

Apesar do aumento da produção global de cacau, o que acontece pela primeira vez em três anos, para 4,104 milhões de toneladas entre setembro de 2013 e setembro deste ano, isso não é suficiente para satisfazer as necessidades dos processadores, que deverão usar 4,178 milhões de toneladas.

“A longo prazo, se realmente continuarmos a ver os grãos de cacau a serem sugados para a Ásia, e se por isso se tornarem mais escassos, então os preços vão inevitavelmente subir”, disse um analista do Exobank, lembrando que o aumento do processamento do chocolate na Ásia anda pelos 4% ao ano, contra 1% na Europa e que, assim sendo, “até pode ser que o cacau se torne outra vez um produto de verdadeiro luxo, como o champanhe”.

/Lusa

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