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China a um passo de criar Forças Espaciais

DR Sony Pictures

Cena de "Starship Troopers 3: Marauder",  Ed Neumeier, 2008

Cena de “Starship Troopers 3: Marauder”, Ed Neumeier, 2008

Segundo o jornal japonês Yomiuri Shimbun, a China estará presumivelmente a formar Forças Espaciais com o estatuto de ramo independente das Forças Armadas, paralelamente ao Exército terrestre, à Força Aérea, à Marinha e à Segunda Artilharia (mísseis de destino estratégico).

São vários os indícios da crescente importância que a China está a dar à utilização militar do espaço.

A China é já um dos líderes mundiais, ou ocupa mesmo o primeiro lugar, em muitas áreas chave do desenvolvimento militar do espaço. Por exemplo, os projectos chineses de desenvolvimento de armas anti-satélite são os mais avançados do mundo.

Engenheiros chineses estão a desenvolver com êxito um sistema de navegação por satélite. A China ocupa já as primeiras posições no desenvolvimento de satélites de reconhecimento óptico-eletrónicos, tendo conseguido, segundo a RVR, uma resolução de menos de um metro. Por comparação, a versão civil do GPS americano tem uma resolução de 15 metros.

No entanto, a atribuição do estatuto de ramo independente das Forças Armadas às Forças Espaciais é para já pouco provável.

Em primeiro lugar, porque, no caso da aprovação de tal decisão, poderia haver alterações na composição do Conselho Militar Central da China, formado pelos comandantes dos ramos das Forças Armadas, e na estrutura organizativa do Comando General de Armamento, que controla a maior parte dos objetos da infraestrutura espacial terrestre.

Além disso, as bases espaciais chinesas como Taiyuan e Xichang são também centros de ensaio de mísseis de combate, inclusive balísticos e anti-satélite. Alterações no sistema de comando, recrutamento e abastecimento material-técnico seriam de grande envergadura.

De qualquer forma, a China irá dispor brevemente de vários sistemas espaciais complexos, ao serviço de diferentes interesses.

Por exemplo, o desdobramento de mísseis de cruzeiro pesados e mísseis balísticos contra navios requer o aperfeiçoamento de potentes sistemas de indicação de alvos. Por outras palavras, será dispensada cada vez maior atenção ao espaço militar.

A China está também a aumentar o número de satélites de reconhecimento destinados a espionagem óptica e à escuta de radio-transmissões, e pretende desenvolver um sistema de aviso de ataques de mísseis.

Este esforço de desenvolvimento significa o aumento do número de especialistas e do orçamento chinês para o espaço, aumentando em consequência a influência e o peso político das estruturas militares ligadas aos projectos espaciais chineses.

Não é por isso preciso abrir um bolinho da sorte para adivinhar que, brevemente, será inevitável que lhes seja atribuído um estatuto independente das Forças Armadas  – e nasçam as Forças Espaciais da China.

ZAP / RVR

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