/

Chile: “Sem violações dos direitos humanos, é impossível normalizar o país”

1

O senador do partido Renovação Nacional Andrés Allamand disse na segunda-feira que “sem violações dos direitos humanos, é impossível normalizar o país”. A declaração do antigo ministro da Defesa e aliado do Presidente foi feita num programa de televisão horas antes de mais um dia de protestos.

As manifestações, que decorrem há mais de um mês, têm sido pacíficas. Porém, a resposta das autoridades está longe de ser proporcional, com o Presidente Sebastián Piñera a reconhecer que os militares usaram força excessiva para conter os protestos, como noticiou o Expresso.

Apesar disso dessa constatação, Sebastián Piñera anunciou recentemente a intenção de aumentar o número de agentes da polícia nas ruas e de dar novos poderes às Forças Armadas para proteção das infraestruturas públicas.

Os protestos – que têm decorrido na capital, Santiago, e noutras partes do Chile – focam-se em melhores condições de vida, salários e pensões mais elevados e um melhor sistema de educação.

Além disso, os manifestantes exigem a mudança de uma Constituição que remonta à era pré-democrática do líder militar Augusto Pinochet. O Governo já anunciou que realizará um referendo no país sobre o texto constitucional.

Os protestos começaram com o aumento do preço dos bilhetes do metropolitano em Santiago mas rapidamente se espalharam por todo o país em manifestações mais abrangentes contra os elevados níveis de desigualdade, os preços altos dos cuidados de saúde e o baixo financiamento destinado à educação.

Segundo o Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile, 26 pessoas foram mortas e mais de 2.300 civis ficaram feridos nos protestos. Na semana passada, um relatório da Amnistia Internacional acusou as forças de segurança do país de ferirem deliberadamente os manifestantes, sublinhando que os incidentes não são atos isolados.

“A intenção das forças de segurança chilenas é clara: ferir manifestantes para desencorajar protestos”, declarou a diretora da Amnistia para as Américas, Erika Guevara-Rosas.

ZAP //

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.