Chega vai questionar Governo sobre “despesas supérfluas” da presidência da UE

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André Ventura

O deputado único do Chega anunciou, no domingo, que vai questionar esta segunda-feira o gabinete do primeiro-ministro acerca das “despesas supérfluas” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

Em comunicado, André Ventura, que foi reeleito este sábado presidente do Chega, explica que quer respostas do Governo sobre despesas superiores a 35 mil euros com uma empresa vinícola, um contrato de quase 40 mil euros para compra de 360 camisas e 180 fatos e sobre 260 mil euros gastos para equipar um centro de imprensa.

O Chega cita uma notícia de um “conceituado jornal norte-americano” e destaca como “curioso” ter sido a imprensa internacional “a desenvolver um trabalho de investigação sério, o que mostra bem como a comunicação social portuguesa está, alguma condicionada, e outra pactuante, com o exercício de poder deste Executivo”.

O jornal europeu Politico escreveu no dia 4 que, apesar de a pandemia de covid-19 ter levado Portugal a ter uma “presidência fantasma”, gastou-se dinheiro “como se estivesse à espera de eventos presenciais” como norma.

A notícia dá conta das despesas em equipamentos, bebidas e vestuário, além do dinheiro gasto para equipar o centro de imprensa, embora as conferências de imprensa sejam “online”. E cita ainda a porta-voz da presidência, Alexandra Carreira, que disse que Portugal não podia “ignorar a possibilidade” de fazer reuniões físicas num futuro próximo.

No mesmo comunicado, o Chega diz que não se compreende como tais despesas são justificáveis, num momento de crise como o atual e quando as reuniões são na maioria virtuais. E o investimento no centro de imprensa, acrescenta, também foi um desperdício, porque a imprensa tem optado por estar presente de forma online.

“E como se todo este festival de desperdício e de falta de noção social não fosse suficiente, o Governo assinou ainda contratos de patrocínio para os seis meses de Presidência que vão contra aquelas que são as boas práticas recomendadas pela União Europeia”, acrescenta o partido.

E diz ainda: “O Governo socialista está apenas a levar a cabo as práticas que tão bem lhe são conhecidas e que já levaram o país à bancarrota num passado muito próximo e, mais uma vez, consegue fazê-lo sem que as autoridades competentes escrutinem o seu trabalho, o que dá uma terrível imagem das instituições portuguesas”.

André Ventura, demissionário pela segunda vez, foi reeleito com 97,3% dos votos nas eleições internas para a presidência do Chega.

ZAP // Lusa

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