Partido esteve em Coimbra com André Ventura, mas sem António Tânger Corrêa – que àquela hora estava na TVI.
Ao nono dia, a campanha do Chega para as europeias rumou a Coimbra, sem o cabeça de lista e com o líder como figura central, que entrou na igreja onde está sepultado o primeiro rei de Portugal.
Faltou o cabeça de lista, Tânger Corrêa, por estar num programa de entretenimento da TVI, mas houve bombos e gaita de foles a anunciar a comitiva do Chega, além das bandeiras ao alto, tanto a bandeira nacional, como outras com fundo branco e o símbolo do Chega, habituais nas campanha do partido.
À semelhança do que tem acontecido desde o início da campanha, quando Tânger Corrêa está presente, foi o líder do partido a assumir a dianteira da arruada, cumprimentando as pessoas e tirando ‘selfies’.
Desta vez, André Ventura entrou na igreja do Mosteiro de Santa Cruz, levando atrás de si a comitiva da campanha e o grupo de mais de uma dezena de jornalistas que acompanham a volta nacional do Chega, o que surpreendeu alguns fiéis.
Na igreja onde estão sepultados os dois primeiros reis de Portugal, Afonso Henriques e Sancho I, Ventura esteve alguns minutos ajoelhado, sozinho, e com as mãos juntas, em prece, perante as câmaras de televisão e fotográficas.
A arruada terminou poucos metros mais à frente.
Antes da arruada, questionado sobre a meta traçada na segunda-feira pelo cabeça de lista, que apontou para cinco eurodeputados, enquanto o líder do partido tem almejado vencer as eleições, André Ventura disse que mantém o objetivo de ser o partido mais votado.
“Eu disse que quero vencer e mantenho que quero vencer. O António Tânger é mais humilde e eu acho bem, acho que a humildade em política é importante. Eu sou menos humilde, acho que temos de ganhar”, salientou.
O presidente do Chega aproveitou também para apontar baterias ao PS quanto faltam cinco dias para as eleições europeias.
“Acho extraordinário que tenhamos uma candidata que ande pelo país a dizer que o PS é o responsável pelo Tratado de Lisboa, que o PS é o responsável pelo crescimento que a Europa teve, que o PS é o responsável pelo estado tão bom das coisas”, criticou, defendendo que o Tratado e Lisboa “só tem uma coisa boa: é ser de Lisboa”.
Considerando que Marta Temido “é o rosto de quem mais destruiu a saúde em Portugal”, Ventura aconselhou a cabeça de lista do PS a andar pela rua “cabisbaixo a dizer ‘desculpem lá o desastre que nós vos deixámos de Europa e de país” e não “orgulhar-se desta Europa, como se fosse a Europa dos socialistas”.
Na altura, André Ventura foi questionado sobre uma publicação nas redes sociais do Chega em que deputadas do partido aparecem ao lado de uma figura de niqab, de rosto tapado, e com a inscrição “Que Europa queres? Nós sabemos o que queremos”.
O presidente do Chega recusou que este conteúdo seja xenófobo, dizendo que constitui “um alerta para o que a Europa pode estar a enfrentar”, e alegando que existe um ambiente de “terror nas ruas” fruto da “política de portas abertas”.
Ventura disse também ser a favor da abolição da utilização de burca, alegando questões de segurança.
“Acho que não devia ser utilizada e acho que coloca em perigo a segurança de todos quando ninguém consegue perceber quem é, nem se é um homem ou uma mulher”, sustentou.
// Lusa