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Chefe do SEF de Albufeira detido por suspeitas de corrupção

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Tiago Petinga / Lusa

O chefe da delegação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras em Albufeira foi detido pela PJ, esta quinta-feira, por suspeitas de corrupção.

Fonte ligada ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não adiantou mais pormenores sobre a detenção de Joaquim Patrício.

Uma outra fonte ligada à investigação disse à Lusa que decorreram buscas e que esta operação “contou com a colaboração total do SEF” desde o início.

Em comunicado, a PJ adianta que o chefe da delegação regional de Albufeira do SEF foi detido pela presumível prática de vários crimes de corrupção passiva.

Segundo a Polícia Judiciária, o detido é chefe da delegação de Albufeira do SEF desde meados de 2017 e recebia “presumivelmente quantias monetárias de estrangeiros para a concessão de autorização de residência em Portugal”.

A investigação teve por base uma participação do SEF, “entidade que colaborou estreitamente com a Polícia Judiciária no decorrer de todas as diligências”, refere a PJ no comunicado, sublinhado que a detenção foi feita através da diretoria do sul e em cumprimento de mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Faro.

O chefe da delegação de Albufeira do SEF tem 56 anos de idade e vai ser presente às autoridades judiciárias competentes para aplicação das medidas de coação.

Contactado pela Lusa, o presidente do sindicato que representa os inspetores do SEF, Acácio Pereira, referiu que neste âmbito é “fundamental a presunção de inocência”, frisando que não compactua com qualquer “tipo de ilícitos” e que se “deve averiguar a suspeita até ao mais ínfimo pormenor”.

A notícia foi avançada pelo Diário de Notícias, que refere que a detenção ocorreu na presença dos funcionários da delegação de Albufeira, e que recorda que, em maio, já tinha sido detida outra inspetora na zona de Lisboa, constituída arguida por corrupção.

Esta inspetora, que foi coordenadora do posto de Alverca, foi apanhada em flagrante a receber dinheiro de um advogado, no entanto, o atual diretor nacional, Carlos Moreira, quando tomou posse em outubro passado, decidiu mandar arquivar o processo.

O procedimento disciplinar interno arquivado detetou, além de factos que podiam configurar crimes de corrupção, várias irregularidades na concessão de vistos, apontando responsabilidades até ao topo do SEF, incluindo uma subdiretora regional e um subdiretor nacional, ao tempo em que o SEF era dirigido por Beça Pereira, escreve o mesmo jornal.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Sempre a faturar!
    Isto do SEF, do IRN e por aí fora tem rapaziada a faturar bem!
    Viva o funcionalismo público que come pelos dois lados.

  2. Estas questões têm, infelizmente, raízes mais profundas nas sociedades contemporâneas em que vivemos e não podem ser vistas de uma forma maniqueísta. Ser funcionário publico (caso Sócrates) ou trabalhar no privado (caso Ricardo Salgado), como todos sabemos, não faz qualquer diferença; a ânsia de acumular riqueza, de fazer parte da “elite”, dos “vencedores” sempre acompanharam o ser humano ao longo da sua existência. A dada atura, com o surgimento das democracias modernas, dos estados sociais, ainda se vislumbrou uma mudança de mentalidades em que a ética e a cidadania responsável se iriam impor. No entanto com o advento de uma onda neo-liberal que “varreu” o planeta a partir dos a nos 70, o paradigma do dinheiro, da acumulação de capital, voltou a instalar-se e com ele a disseminação generalizada da pequena e grande corrupção.

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