Rita Faden, ex-chefe de gabinete de António Costa vai ser a nova presidente da Fundação Luso-Americana (FLAD), sucedendo a Vasco Rato.
Conhecida como a “mulher-sombra” ou a “fada-madrinha” de António Costa, a ex-diplomata vai ser a quarta presidente da FLAD, segundo o que foi comunicado ao departamento jurídico do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), onde Rita Faden ocupava o cargo de direção.
A notícia foi avançada pelo jornal i na quinta-feira. O despacho de exoneração de Rita Faden, que tinha chegado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros há três meses, tem data de 30 de setembro de 2018. O despacho que a nomeia como líder da FLAD ainda não foi publicado, mas a nomeação deverá ser efetivada em janeiro do próximo ano.
No início de dezembro, Rita Faden era o nome apontado para suceder ao antigo vice-presidente do PSD, Vasco Rato, que já tinha sido informado, nessa altura, que não seria reconduzido aos comandos da FLAD.
Além de Rita Faden, o gabinete do primeiro-ministro já nomeou os novos cinco membros do conselho de curadores, com início de funções a 3 de dezembro com um mandato de sete anos.
Na lista dos novos membros de curadores encontra-se a ex-ministra da Cultura e deputada do PS, Gabriela Canavilhas, a investigadora Elvira Fortunato, o historiador Rui Ramos e o ex-deputado do CDS, José Nogueira de Brito. Também o ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e para Cooperação e ex-deputado do PS, José Alberto Lamego está na lista de novos curadores da FLAD.
Além dos curadores nomeados pelo governo português, também os EUA, através da embaixada, nomeiam outros dois membros deste organismo da fundação. Neste caso os mandatos são apenas de quatro anos. Um dos curadores nomeados pelos EUA é a diplomata americana Herro Mustafa, que tem raízes curdas, cujo mandato termina a 2021. O outro é o empresário Mário Ferreira, CEO da Douro Azul, cuja mandato termina em janeiro de 2019.
Apesar de a FLAD não divulgar os salários dos dirigentes, o último relatório de contas, de 2017, revela que em 2016 os três administradores remunerados do conselho executivo, onde se inclui Vasco Rato, recebiam, no total, 288 mil euros.
Distribuindo o valor pelos três, a média salarial é de 96 mil euros anuais, o que corresponde a 6.800 euros brutos mensais. Este valor já tem em conta o corte de 30% nos salários que entrou em vigor quando Vasco Rato tomou posse.
Os curadores não são remunerados mensalmente mas têm direito a ajudas de custos para alojamento e transporte. A fundação foi criada em 1985 e tem como objetivo fomentar a cooperação entre Portugal e os EUA, sendo uma instituição nacional, “privada e financeiramente autónoma”.
Rita Faden terá saído do gabinete de António Costa depois de se incompatibilizar com o primeiro-ministro. A ex-sub-directora dos Assuntos Europeus no Ministério dos Negócios Estrangeiros, que trabalhava há vários anos com Costa e era o seu braço-direito no Governo, terá entrado “em rutura com o primeiro-ministro“.