A redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo confirmou que a equipa foi de férias por tempo indeterminado e não vai publicar o próximo número em fevereiro.
“Não temos data para a saída do próximo número”, contou ao Le Parisien a porta-voz Anne Hommel, a responsável de relações públicas do Charlie Hebdo, referindo-se ao próximo exemplar da revista cuja data de chegada aos quiosques estava prevista para 11 de fevereiro. “Neste momento a equipa não está preparada”, acrescentou.
No site da publicação, lê-se o seguinte anúncio:
Caras leitoras, caros leitores,
A redação, fortemente comovida e apoiada pela vossa formidável onda de solidariedade, não vos esquece e tem encontro marcado convosco dentro de poucas semanas nos quiosques.
A redação
De acordo com Anne Hommel, a decisão não significa o fracasso da publicação ou medo de retaliações por parte dos extremistas, mas acontece devido ao stress que os membros sobreviventes da equipa têm sofrido após o atentado de 7 de janeiro.
“Não é uma renúncia ou um recuo perante as ameaças islâmicas, mas um simples problema de stress e fadiga da redação”, declarou Hommel.
O número 1179 do Charlie Hebdo, o primeiro depois do ataque à sede da redação, preparado e impresso com o apoio do jornal Libération, teve sete milhões de cópias, um número recorde não só para esta publicação, mas para a imprensa periódica francesa em geral.
O ataque à sede do jornal Charlie Hebdo ocorreu por volta do meio-dia de 7 de janeiro. Dois homens armados entraram na sala da redação, onde a equipa estava a discutir o conteúdo do número seguinte, e abriram fogo, matando 12 pessoas. O jornal satírico tem publicado, por diversas vezes, caricaturas do Islão e do profeta Maomé.
ZAP / RVR