Chamada intercetada sugere que comandante russo vendeu localização dos próprios soldados

Sergei Ilnitsky / EPA

Um coronel russo foi acusado de vender informações sobre o paradeiro dos seus próprios homens a agências de inteligência estrangeiras, de acordo com as autoridades ucranianas.

Segundo avançou na terça-feira o Daily Beast, uma gravação áudio, intercetada pela Direção de Inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, sugere que o coronel não foi o primeiro a ser acusado de ter vendido as suas próprias tropas.

A chamada, divulgada na segunda-feira, inclui uma conversa entre um homem identificado como um soldado russo e uma mulher. Não foram fornecidos pormenores sobre o local onde o soldado estava, mas na gravação aquele queixa-se de bombardeamentos constantes.

A anónima disse então que um esquadrão da “31.ª Brigada” foi entregue pelo seu próprio coronel russo, referindo-se aparentemente à 31.ª Brigada de Ataque Aéreo dos Guardas, ao que o soldado questionou: “as tropas foram levadas para cativeiro?”.

“Sim, sim, 76 pessoas foram levadas”, respondeu a mulher, acrescentando que aquelas “foram vendidas pelos seus próprios”e que o responsável pela “traição” era o “general Matkovsky”. Ao que o homem respondeu: “já houve muitos desses casos”, “eles divulgam informações” sobre as tropas.

“É verdade, é verdade. Mais tarde falei com um FSBishnik [agente do Serviço de Segurança Federal da Rússia] e ele disse que sim, é tudo verdade. Encontraram 17 milhões na sua conta”, continuou a mulher, referindo depois que o general russo tinha sido pago por agências de inteligência norte-americanas.

Os serviços secretos ucranianos não informaram sobre a data da chamada telefónica, nem forneceram dados sobre o paradeiro do general ou das tropas russas mencionadas na conversa.

Contudo, de acordo com o Daily Beast, a 31.ª Brigada de Ataque Aéreo dos Guardas sofreu pesadas perdas numa ofensiva russa perto de Kiev, em finais de fevereiro, tendo sido capturados vários grupos de militares russos.

Os serviços secretos norte-americanos não confirmaram se comandantes russos têm cedido dados sobre movimentos das suas tropas na Ucrânia mas, em maio, lançaram uma campanha na qual pediam informações sobre a guerra. A agência publicou instruções em russo, instando os informadores a estabelecerem “contacto virtual”.

ZAP //

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