A CGTP reivindicou hoje aumentos salariais de 90 euros por trabalhador para o próximo ano, como forma de melhorar as condições de vida dos trabalhadores, dinamizar a economia interna e valorizar as competências profissionais dos portugueses.
O referencial salarial é uma das prioridades da política reivindicativa da Intersindical para 2020, aprovada pelo Conselho Nacional na primeira reunião após o período de férias.
Esta é a primeira vez que a Inter apresenta um referencial salarial nominal, sem um referencial percentual. Em setembro de 2018 e em setembro de 2017 a CGTP reivindicou aumentos salariais de 4% e um aumento mínimo de 40 euros por trabalhador.
Em entrevista ao Público, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, diz que é fundamental romper com esta política de baixos salários. “Neste momento temos 2.240.000 trabalhadores com salários líquidos mensais que não ultrapassam os 900 euros; 23% dos trabalhadores recebem o salário mínimo nacional”, explicou.
Além disso, evidencia que uma ligeira reposição dos rendimentos e consequente melhoria no poder de compra é determinante para a evolução da economia. Por essa mesma razão, defende um aumento de 90 euros para todos os trabalhadores, seja no setor privado ou público.
“Queremos uma atualização global das pensões que melhore o poder de compra de todos os pensionistas”, acrescentou o sindicalista, que depois de oito anos no cargo passará a pasta no congresso de fevereiro de 2020. Adicionalmente, é da opinião que a regra que condiciona a atualização das pensões deve ser terminada, de forma a que estas possam ser melhoradas anualmente.
Arménio Carlos defende uma progressão para um salário mínimo nacional de 850 euros. “Não temos nenhum limite temporal, mas temos um objetivo: que os 850 euros sejam concretizados no menor espaço de tempo. Vamos ver a posição das confederações patronais e do Governo”, explicou.
ZAP // Lusa