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A César o que é de César. Costa fica a saber quem manda nos deputados do PS

António Costa está “muito satisfeito” com a liberdade de voto concedida pelo líder da bancada parlamentar do PS, Carlos César, aos deputados na proposta do Governo sobre o IVA da tauromaquia. Mas o mal-estar entre socialistas não termina, com um braço-de-ferro entre lideres.

Nem Carlos César consegue fintar o óbvio, assumindo as “divergências” entre o grupo parlamentar do PS e o Governo de António Costa na questão do IVA da tauromaquia. Os socialistas estão divididos, e nem as declarações pacificadoras do líder do grupo parlamentar e do próprio primeiro-ministro anulam o mal-estar.

António Costa manifestou-se “surpreendido” com a proposta do PS de reduzir o IVA da tauromaquia de 13% para 6%, quando o Governo propõe a manutenção do imposto nos 13%. E agora diz-se “muito satisfeito” por Carlos César ter dado liberdade de voto aos deputados do PS.

O primeiro-ministro diz que é claro “o inequívoco apoio do grupo parlamentar do PS ao Governo” e que a proposta da bancada “não pretende de forma alguma desautorizar aquilo que é uma posição muito clara do Governo”.

“Assim, espero que no exercício da sua liberdade, a maioria dos deputados do PS vote a proposta do Governo e ela seja aprovada“, refere ainda Costa.

O primeiro-ministro já tinha reforçado que há disciplina de voto em matérias orçamentais, mas Carlos César vem destacar que quem decide isso é o grupo parlamentar do PS.

Disciplina de voto não é votar favoravelmente as normas do Orçamento do Estado” do Governo, repara o líder da bancada socialista, mas antes “votar conforme a direcção da bancada parlamentar” determina.

Feito este ponto prévio quanto a quem manda nos deputados, César atesta que abre uma “excepção” à regra, concedendo liberdade de voto na questão da tauromaquia, por se tratar de “uma matéria onde releva a opinião individual e a consciência de cada um”.

Apesar da “divergência” evidente, César também reforça que não está em causa “qualquer desautorização ou quebra de apoio” do PS ao Governo. “Este é o único grupo parlamentar que apoia sem reservas o Governo”, aponta, frisando que, “por convicção e por motivos institucionais”, como presidente do PS, é “o primeiro apoiante do Governo”.

SV, ZAP //

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