O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta terça-feira o fim do estado de emergência. Portugal deverá agora regressar à situação de calamidade.
A Lei de Bases da Proteção Civil (LBPC) estabelece três níveis diferentes de resposta a acidentes graves ou catástrofes: situação de alerta; situação de contingência (intermédia); e a calamidade.
De acordo com o jornal Público, o estado de calamidade deverá ser decretado pelo Governo através de uma resolução do Conselho de Ministros, que se reúne esta quinta-feira.
Ao contrário do estado de emergência – que parte de uma iniciativa do Presidente –, a situação de calamidade, prevista na Lei n.º 27/2006, é da competência do Executivo e permite adotar um quadro alargado de medidas de caráter excecional destinadas a “prevenir, reagir ou repor a normalidade das condições de vida” em situações de catástrofe ou crise sanitária.
Estas medidas podem ser aplicadas a “qualquer parcela do território, adotando um âmbito inframunicipal, municipal, supramunicipal ou nacional”, o que permite medidas localizadas e específicas.
Enquanto o estado de emergência está previsto para um período de 15 dias, a situação de calamidade não tem prazo definido.
Na segunda-feira, 3 de maio, Portugal vai avançar para a última etapa do desconfinamento e o dever de recolhimento domiciliário deixará de ser uma imposição.
Contudo, segundo explica o semanário Expresso, o estado de calamidade permite ainda o “estabelecimento de limites ou condições à circulação ou permanência de pessoas, outros seres vivos ou veículos, nomeadamente através da sujeição a controlos coletivos para evitar a propagação de surtos epidémicos”.
Também está prevista a possibilidade de “racionalização da utilização dos serviços públicos de transportes, comunicações e abastecimento de água e energia, bem como do consumo de bens de primeira necessidade”.
O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, lembrou, esta terça-feira, que mesmo com o final do estado de emergência, “é sempre possível adotar com prudência um estado de emergência limitado e proporcional às necessidades identificadas”.
Também o social-democrata Ricardo Baptista Leite admitiu “medidas diferenciadas” para os territórios com dados preocupantes “desde que o país como um todo possa continuar a funcionar e a trabalhar”.
Esta terça-feira, os partidos insistiram ainda em criar uma lei de emergência sanitária.
Desta vez, Portugal está numa situação menos grave
De acordo com o ECO, Portugal está melhor em várias métricas quando comparado com a última vez que saiu do estado de emergência.
Atualmente, o país encontra-se na “zona verde” da matriz de risco, com o índice de transmissibilidade, em média, a rondar o 1. Já a incidência é de cerca de 70 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, o que está abaixo do limiar de risco de 120 casos.
Em relação aos óbitos, Portugal tem uma média de cinco mortes por milhão de habitantes.
O número de hospitalizações devido à doença “mantém uma tendência ligeiramente decrescente e a ocupação em unidades de cuidados intensivos (UCI) está abaixo das 100 camas ocupadas.
A taxa de positividade no território nacional “está abaixo do indicador de referência dos 4%”.
No ano passado, foi decretado estado de emergência em Portugal a 18 de março, que terminou à meia-noite do dia 2 de maio. Nessa altura, o número de novos casos rondava os 200. Já o número de óbitos rondava os 20. O índice de transmissibilidade estava próximo de 1. Além disso, o número de internados rondava os 800, dos quais cerca de 150 em UCI.
Coronavírus / Covid-19
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Ok, voltamos ao normal…
O vírus ainda anda por aí. Só vai voltar a atuar daqui a mês e meio.
Referia-me ao nosso normal, o estado de calamidade
Ele agora foi de férias
Para Porto Rico…