Centros hospitalares. Profissionais infetados, novas enfermarias e pedido de voluntários

Alejandro Garcia / EPA

O Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) registou esta terça-feira 111 profissionais infetados e 33 em isolamento, num dia em que contabiliza 276 internamentos, 23 dos quais nos cuidados intensivos.

“Temos no dia de hoje 111 profissionais da casa infetados e mais 33 que estão em isolamento, num total de 144”, que se encontram ausentes do CHTV por causa da covid-19, disse à agência Lusa fonte hospitalar.

O número de internamentos por covid-19 no CHTV, segundo um comunicado esta terça-feira divulgado pela administração, é de “276 pessoas e, destas, 253 em enfermaria e 23 em unidades de cuidados intensivos”.

A mesma nota de imprensa registou que a Unidade de Internamento do CHTV-Fontelo, vulgarmente conhecido por Hospital de Campanha do Fontelo, em Viseu, contabiliza “17 pessoas internadas”.

O CHTV tem “adotado diversas medidas para reforçar a capacidade de resposta do hospital” nos diversos níveis: aumento de enfermarias, reforço de camas da unidade de cuidados intensivos o capacidade na morgue. “A capacidade atual, já com este reforço, garante a acomodação de 35 corpos”, adiantou a nota.

Hospital de Gaia/Espinho abre mais 38 camas

O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) está a preparar a abertura de mais 38 camas para doentes covid-19, sendo 10 para cuidados intensivos e 28 para enfermaria, indicou esta terça-feira fonte hospitalar. “Prevê-se abrir estes espaços entre hoje e amanhã [quarta-feira]”, indicou.

Atualmente, o CHVNG/E tem internados 151 doentes com infeção pelo novo coronavírus, dos quais 28 em cuidados intensivos.

Esta é a quarta enfermaria aberta em pouco mais de uma semana, num total superior a 103 camas. Em 16 de janeiro, dia em que o CHVNG/E ultrapassou os 1.000 doentes com covid-19, este centro hospitalar abriu um espaço com 24 camas. Já no dia 19 abriu um segundo espaço com 18 camas e no sábado um terceiro, este com 33.

Caroline Blumberg / EPA

Quanto ao novo espaço para doentes críticos, fonte do CHVNG/E indicou que está a ser preparada a área da antiga Unidade de Cuidados Intensivos do hospital de Vila Nova de Gaia, depois de ter aberto uma nova área intensiva a 04 de dezembro. Neste local terão 10 camas para covid-19 e dois quartos de isolamento para doentes com outras patologias.

 

Centro Hospitalar Cova da Beira pede voluntários

O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) está a pedir voluntários e a contactar profissionais reformados que possam ajudar a assegurar o serviço da estrutura hospitalar de retaguarda que está a ser criada no concelho da Covilhã.

“Porque o momento pelo qual passamos reclama a participação cívica de todos e porque todos somos poucos nesta luta contra a covid-19, o Centro Hospitalar está a encetar contactos junto de colaboradores aposentados do hospital para suprir a necessidade extraordinária de recursos humanos a que uma estrutura desta natureza obriga”, aponta o CHUCB em comunicado enviado à agência Lusa.

Esta unidade hospitalar com sede na Covilhã deixou um apelo público “a quem queira colaborar, de forma livre e voluntária neste projeto, para que se manifeste, na certeza de que por esta via estará a ajudar”. Em causa uma “Unidade de Apoio Pós Alta”, instalada no Seminário do Verbo Divino, em Tortosendo, com tem capacidade para 30 camas.

Resultado de uma parceria entre o CHUCB, a Câmara da Covilhã e o Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira, esta unidade deve abrir “muito em breve” e destina-se a aliviar a pressão que se faz sentir nas áreas de internamento do CHUCB, face ao aumento de doentes com covid-19.

A criação de um “hospital de retaguarda” naquele local já tinha sido anunciada, na sexta-feira, pelo presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, sendo que, ao contrário do inicialmente apontado, a estrutura destina-se a doentes ‘não covid’, que já tenham tido alta hospitalar mas que continuem a precisar de cuidados.

O CHUCB tem atualmente quatro enfermarias para doentes com covid-19, tendo uma capacidade de 125 camas em enfermaria e oito na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Na segunda-feira, estão ali internados 120 doentes infetados com o novo coronavírus, 113 em enfermaria e sete em UCI, de acordo com os dados do CHUCB.

Surtos em três lares são “a maior preocupação” em Évora

Os surtos de covid-19 ativos em três lares de Évora, que já infetaram um total de 81 utentes, com dois óbitos, são “a maior preocupação” no concelho, disse esta terça-feira à Lusa o presidente da câmara municipal, Carlos Pinto de Sá.

Segundo o autarca, um dos surtos ativos é no Lar do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Boa Fé, na área da União das Freguesias de São Sebastião da Giesteira e Nossa Senhora da Boa Fé, onde foram infetados 33 utentes, dos quais um morreu.

Pedro Sarmento Costa / Lusa

Contudo, “o surto no lar da Boa Fé está controlado”, sublinhou, assinalando que “houve uma intervenção” das autoridades de saúde, Segurança Social, câmara municipal e junta de freguesia, e “uma grande solidariedade por parte da população, que está a ajudar”.

Pinto de Sá referiu que um outro surto afeta o Lar da Fundação Obra de São José Operário situado num bairro periférico de Évora, onde ficaram infetados 27 utentes, sendo que um deles morreu. Também foi detetado um surto de covid-19 no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Azaruja, com 21 utentes infetados pelo novo coronavírus, adiantou.

O autarca frisou que não possui dados oficiais sobre o número de funcionários infetados nas três instituições, nem em relação a eventuais utentes destes lares que estão internados no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).

Além destas situações, foi também detetado um novo surto num colégio particular da cidade, com 19 casos do vírus que provoca a covid-19, mas este “não oferece grande preocupação”, acrescentou.

Já o surto que atingiu, em dezembro, o lar particular “A Casinha”, com 43 infeções e sete óbitos, encontra-se em “resolução”, disse, frisando que, na segunda-feira, esta instituição estava “há 26 dias sem novos casos”. “Um surto considera-se resolvido ao fim de 28 dias sem novos casos, pelo que admito que hoje ou amanhã [quarta-feira] seja dado como resolvido”, acrescentou.

Carlos Pinto de Sá revelou ainda que está a ser preparado o Pavilhão dos Salesianos para, em caso de emergência, ser utilizado como “hospital de campanha” para doentes com covid-19 do distrito de Évora.

Quanto à estrutura municipal de apoio criada e cedida pela autarquia ao HESE, o presidente da câmara municipal indicou que este equipamento “já deu a apoio 44 doentes”, dos quais “30 já saíram”, 13 encontram-se lá internados, tendo sido registado ainda um óbito.

A pandemia provocou 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de infeções em todo o mundo, segundo a agência AFP. Em Portugal, morreram 10.721 dos 643.113 casos, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um coronavírus detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, na China.

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