O Ministro das Finanças, Mário Centeno, fez fortes acusações sobre a forma como as autoridades nacionais e europeias lidaram com o Banif, culpando o anterior executivo por não ter sido possível integrar Banif na Caixa Geral de Depósitos.
Mário Centeno esteve ontem na comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao processo do Banif, onde afirmou que “parece claro que a situação do Banif foi sendo arrastada ao longo dos últimos três anos pelos diferentes intervenientes com responsabilidades políticas e de supervisão”, referindo-se ao Ministério das Finanças anterior e ao governador do Banco de Portugal.
O ministro acusa também uma “especial indulgência das autoridades europeias”, que “misturaram notas de contentamento pelo ‘bom curso do ajustamento’, em público, com cartas de recomendações veladas, em privado”.
As negociações entre o governo e a Comissão Europeia decorreram em parte no período sob o programa da troika, “sem que as instituições internacionais ou o Banco de Portugal tenham tomado qualquer ação consistente com a incapacidade de o Banif reembolsar a ajuda de Estado”.
Na visão de Mário Centeno, foi esta “passividade das autoridades portuguesas e das instituições internacionais durante um período muito prolongado”, que levou à “deterioração do valor dos ativos do banco e da acumulação de imparidades que culminaram na resolução do banco com custos elevados para os contribuintes”.
O ministro das Finanças pediu ainda aos deputados para apurarem a existência de “falhas graves”.
“Confio que as senhoras e os senhores deputados possam vir a apurar se houve ou não falhas graves de condução política e/ou falhas graves de supervisão“, desafiou Mário Centeno aos grupos parlamentares na CPI.
Caso a CPI apure responsabilidades de Carlos Costa, pode estar em causa uma possível exoneração do cargo de governador do Banco de Portugal.
O ministro das Finanças reforçou as críticas à “falta de assertividade na condução do processo por parte do Governo e do Banco de Portugal”, que terá ficado “visível nos sucessivos adiamentos, na incapacidade de substituir a administração do Banif e na ausência de tentativas de trazer soluções de mercado”.
Mário Centeno comentou ainda o cenário que encontrou quando tomou posse, a 26 de novembro.
“Parece que, no final, se criou uma terra de ninguém. Em que ninguém tinha capacidade para tomar decisões. Pelo menos, das que colocariam um ponto final à deterioração das condições do Banif”.
ZAP
Não sei porque é que o Sr. Ministro está preocupado com este assunto. Este problema, a marilú ir prá seta ou de seta buscar os bonus, o general de matosinhos, o banco do relvas, os vistos gold etc. não interessam a ninguém. Problema grave são as chapadas que o Soares não deu mas devia ter dado.
O Banif é só uma amostra do serviço que o anterior desgoverno andou a fazer ao país!!