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Há cinco anos, PSD arrasou o milagre dos números de Centeno. Agora, Centeno arrasa contas de Rio

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António Cotrim / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

Em 2015, as propostas do cenário de Mário Centeno tinham sido reprovadas pelos sociais-democratas. Agora, em 2019, o ministro das Finanças critica a redução da despesa do cenário macroeconómico do PSD.

Em 2015, António Costa pediu a um grupo de peritos, liderado por Mário Centeno, para preparar uma agenda, designada Uma Década para Portugal, que serviria de base ao programa do Partido Socialista nas eleições que teriam lugar em outubro. O PSD criticou, considerando-o irrealista, fez 29 perguntas e queria, inclusivamente, que a UTAO avaliasse aquelas contas.

Quatro anos depois, com o PSD na oposição, o cenário repete-se (mas invertido). O líder social-democrata, Rui Rio, apresentou o seu cenário macroeconómico que estará na raiz do seu programa eleitoral. Mário Centeno criticou-o.

Este sábado, em entrevista ao jornal Público, o ministro das Finanças afirmou que as medidas do PSD não são razoáveis. “Não vejo uma dificuldade significativa no cenário macro apresentado pelo PSD desse ponto de vista. Já a mesma coisa não penso em relação à sua razoabilidade orçamental, onde, do pouco que sabemos daquele programa, me parece que falha ali quase tudo.”

“Sabemos que a receita fiscal vai cair quando comparando com todos os outros cenários. E depois há ali o habitual milagre do corte da despesa que levanta algumas dúvidas, em particular no que diz respeito aos consumos intermédios. Aquelas despesas que estão previstas no programa do PSD não me parece que cheguem para dar resposta a essas obrigações”, considera.

Em 2015, as despesas do programa de Centeno foram, da mesma forma, criticadas pelo PSD, uma vez que, segundo a oposição, eram tais que não permitiriam respeitar as regras orçamentais europeias.

Segundo o Expresso, o então porta-voz do partido quis respostas, e decidiu enviar 29 perguntas ao PS. Devolver os cortes salariais na Função Pública de forma mais acelerada e eliminar a sobretaxa do IRS, a par da descida do IVA na restauração para 13% faziam parte do leque de propostas apresentado pelos peritos chamados pelo PS. Antecipava-se um crescimento médio de 2,6% ao ano, com a chegada a um défice de 0,9% em 2019.

Na altura, o líder Pedro Passos Coelho queria que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) fizesse uma avaliação às propostas do PS. ““Gastar o que não temos porque, no futuro, outros pagarão a conta”, reprovou o deputado José Matos Correia, na altura vice-presidente do PSD. “Não é uma alternativa real, é uma pseudo-alternativa.”

O próprio primeiro-ministro de então deixou críticas à política proposta. “É correr o risco de ainda ter mais défice e mais dívida, porque milagrosamente o que nunca ninguém resolveu em parte nenhuma do mundo, o PS vai aqui resolver, que é pôr a economia a crescer sem criar dívida, distribuindo dinheiro por toda a gente. Quem é que acredita nisto?.”

Naquele ano, numa entrevista ao Jornal de Negócios, Centeno afirmou que não há milagres. “Nada do que aqui está tenta transformar milagrosamente a economia portuguesa. Não há aqui nenhuma promessa vã nesse sentido.”

Agora, em 2019, o cenário inverte-se: Mário Centeno considera que é do PSD que vêm milagres – “o habitual milagre do corte da despesa”.

ZAP //

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3 Comments

  1. Promessa do kostinha, igual à do RR:

    Costa promete cortes nos impostos e não chantageia portugueses para pedir maioria absoluta
    Resposta chega? Ou é preciso mais?

    • É preciso é menos. A comparação é entre os comentários do PSD Às contas do programa do PS de 2015 e os comentários de Centeno ao programa de 2019 do PSD. Ir buscar que o Costa pediu (sem rodeios) maioria absoluta, nem vem a propósito. Não tem nada a ver com críticas a contas.

      • Mas lá que o Costa (entre muitas outras promessas nunca cumpridas) disse que desceria o ISP no caso do preço do barril subir no mercado internacional, lá isso disse!

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