12 cenários para as eleições de Março

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ZAP // M.A., Lusa

Uns mais prováveis, outros menos prováveis. Arriscámos e não incluímos desfechos com maioria absoluta, fosse para quem fosse.

Qualquer acto eleitoral tem desfecho imprevisível. Mas as próximas eleições em Portugal, que afinal não serão as europeias, são um “mistério” ainda maior.

Marcelo Rebelo de Sousa agendou as eleições legislativas antecipadas para o dia 10 de Março de 2024. E, provavelmente, nunca houve tantos cenários prováveis (uns mais do que outros, obviamente) para umas eleições.

Neste artigo de múltiplas profecias, arriscámos e deixámos de lado desfechos com maioria absoluta. Porque é diferente, por exemplo, termos um duelo Costa-Rio ou Carneiro/Pedro Nuno-Montenegro. A crença no PS não está brilhante, o líder do PSD não é convincente. Serão raros os jornalistas, ou analistas políticos, que acreditam numa maioria absoluta daqui a quatro meses. Seja para que lado for.

PS: apesar de toda a crise e de todo o clima de suspeição, um novo líder – ainda desconhecido – e o desagrado com o que vem da direita podem ditar nova vitória socialista. Desta vez sem maioria absoluta, tal como os segundos mandatos de António Guterres, José Sócrates ou do próprio António Costa (sim, nenhum completou os 4 anos previstos).

PSD: este cenário é pouco provável. Não estamos a sugerir que é pouco provável o PSD vencer – o que é pouco provável é o PSD ficar a governar sozinho se ganhar sem maioria absoluta. Fará coligação pós-eleitoral. Isto se não houver coligação pré-eleitoral. Só não haverá coligação à direita se…

PS+PCP+BE: …a esquerda estiver em maioria na Assembleia da República. E aqui a probabilidade aumenta. Sobretudo com Pedro Nuno Santos no comando, é possível o PS juntar-se a PCP e/ou Bloco depois das eleições. A nova “geringonça” estaria formada. Entrave desta vez: a posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia.

PS+Livre: Rui Tavares tem repetido que o Livre está sempre pronto para apresentar soluções. Sendo ambos partidos de esquerda, e sabendo que o Livre tem “deixado passar” diversas medidas do PS, é possível. Mais uma vez, se os números chegarem (aqui duvidamos mais dos votos no Livre do que dos votos do PS).

PS+PAN: como se sabe, o PAN não se apresenta como um partido de direita ou de esquerda. Pouco provável; mas se a percentagem do PAN chegar para o PS…

PS+CDS: como? Perguntam alguns leitores. Não seria a primeira vez: é preciso recuar a 1978 e a um contexto bem diferente, mas aconteceu; na altura com os “poderosos” Mário Soares e Freitas do Amaral – sim, um Governo que só durou sete meses.

PSD+IL: a probabilidade volta a aumentar aqui. Os dois partidos de direita, juntos, podem formar Governo. Luís Montenegro e Rui Rocha até já almoçaram juntos – muito antes de se saber que esta crise política iria aparecer. No entanto, nos últimos dias Rui Rocha já assegurou que a Iniciativa Liberal não se vai juntar a nenhum partido antes das eleições.

PSD+IL+CDS: aqui, além da alta probabilidade, até pode haver uma coligação pré-eleitoral (ver caixa acima). Lembrando a garantia de Rui Rocha, no entanto.

PSD+Chega: os números apontam para probabilidade alta, mas… seria a “morte política” de Luís Montenegro. Sobretudo entre os apoiantes do PSD. Montenegro já assegurou, e repetiu, que nunca formará Governo com o apoio do Chega. Mas não é só no futebol que “o que hoje é verdade amanhã é mentira”.

PSD+PAN: aconteceu na Madeira, há pouco mais de um mês. E, como já foi referido, o Pessoas-Animais-Natureza não se “inclina” para nenhum lado.

PSD+CDS: aqui voltaríamos à “velha” aliança à direita. Seria preciso o CDS subir muito os seus números e voltar à Assembleia da República, mas pode acontecer. Até podem avançar juntos antes das eleições, repetindo outros sufrágios.

PS+PSD: sim, esquerda e direita juntas. Também já aconteceu: de novo com Mário Soares como primeiro-ministro, em 1983, que se juntou ao PSD de Mota Pinto; esse Governo de “bloco central” durou quase 2 anos e meio. Em 2024… parece pouco provável. Com estes protagonistas com a diversidade de partidos com lugar no Parlamento, não.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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