Nos últimos anos da sua vida, Albert Einstein sofreu várias vezes de uma dor abdominal que induzia ao vómito. Era um mistério que nem ele sabia desvendar.
Durante anos, o brilhante físico sofreu de dores abdominais que, por vezes, eram tão fortes que o faziam vomitar. Finalmente, no outono de 1948, Einstein procurou o conselho de Rudolph Nissen, um cirurgião torácico do Brooklyn Jewish Hospital, de acordo com um artigo no Columbia University Department of Surgery.
Nissen recomendou uma cirurgia exploratória, procedimento que permitiria uma visão direta do génio de 69 anos. O que Nissen descobriu foi um grande aneurisma da aorta – uma parte alargado e enfraquecido da maior artéria do corpo.
Uma aorta normal desce pelo abdómen como um tubo longo e reto. Já uma aorta com aneurisma assemelha-se mais a uma cobra que engoliu um balão, projetando-se para fora no local do aneurisma. Assim como um balão real, um aneurisma pode continuar a crescer até estourar, criando uma rutura aórtica – uma verdadeira emergência médica que pode rapidamente tornar-se fatal se não for tratada rapidamente.
Na época, médicos como Nissen entendiam que o celofane funcionava como mais do que apenas um invólucro constritivo. Quando colocado dentro do corpo, o celofane desencadeia o que é conhecido como uma “reação de corpo estranho”.
O corpo percebe que tem algo dentro dele que não deveria lá estar e envia células imunológicas para destruir o invasor percebido. Este ataque afeta não só o celofane, mas as partes da aorta envolvidas por baixo, causando cicatrizes e o estreitamento da artéria na área afetada.
Era uma solução simples, mas eficaz para um problema mortal.
Atualmente, os cirurgiões geralmente tratam um aneurisma da aorta removendo a área inflamada e substituindo-a por um enxerto – um tubo de tecido – que preenche a lacuna. Nas últimas décadas, também foram desenvolvidas opções menos invasivas.
Einstein deixou o hospital três semanas após a cirurgia e continuou o seu trabalho num estado de semi-reforma em Princeton, nos Estados Unidos. A cirurgia de celofane conseguiu adicionar anos livres de sintomas à sua vida.
Porém, em 13 de abril de 1955, a técnica deixou de ser suficiente para impedir a rutura do aneurisma. Depois de reclamar de fortes dores na barriga e nas costas, Einstein foi levado para o Hospital Princeton. A sua única hipótese de sobrevivência era outra cirurgia, mas Einstein, com 76 anos, recusou.
“Fiz a minha parte, é hora de ir. Vou fazer isso com elegância”, disse.