“Faz falta no Parlamento”. CDS reúne-se para tentar renascer das cinzas (e arrasta a asa ao PSD)

José Coelho / Lusa

O novo presidente do CDS-PP, Nuno Melo, durante o 29.º Congresso do partido

O CDS está a reunir figuras influentes e ex-líderes no partido para delinear uma estratégia que garanta o regresso ao Parlamento. Nuno Melo já manifestou o seu apoio a uma coligação pré-eleitoral com o PSD.a

Numa fase crucial para o cenário político português e para o futuro do partido, o CDS-PP convocou uma série de reuniões estratégicas que visam reunir ex-líderes e figuras influentes do partido, na esperança de desenhar uma campanha que garanta o regresso do partido ao Parlamento.

Esta iniciativa surge ainda num momento em que se discute intensamente a possibilidade de coligações pré-eleitorais, especialmente com o PSD. As reuniões, que ocorrem na sede do partido em Lisboa, estão marcadas para esta segunda-feira e para o dia 29, reunindo aproximadamente 50 personalidades.

Entre os participantes destacam-se ex-líderes como Manuel Monteiro, Paulo Portas e Assunção Cristas, além de importantes comentadores políticos como António Lobo Xavier e Cecília Meireles. Também marcam presença figuras que, apesar de atualmente independentes, tiveram um papel relevante no partido, como Adolfo Mesquita Nunes e Francisco Mendes da Silva.

Em declarações ao Expresso, Paulo Portas saúda a iniciativa de Nuno Melo, que tem “procurado unir o partido”. “Acho que o CDS faz falta no Parlamento e é, para mais pessoas do que se pensa, uma opção de voto racional e natural. O CDS tem quadros, tem princípios e tem experiência. Uma direita moderada e com sensibilidade social faz muita falta”, frisa o actual comentador televisivo.

Este encontro não é isolado. Em Setembro, Nuno Melo já tinha organizado um evento semelhante visando o relançamento do partido após a perda da representação parlamentar nas eleições legislativas de 2022. Agora, com a crise política a acelerar os calendários, o partido busca repetir e alargar esta iniciativa.

As reuniões promovidas por Nuno Melo contam também com a presença de ex-governantes como Pedro Mota Soares, Telmo Correia e outros, além de figuras como Bruno Bobone, Ana Rita Bessa e José Luís Cruz Vilaça. A ausência de ex-presidentes como Francisco Rodrigues dos Santos e José Ribeiro e Castro, contudo, é notável.

PSD avalia possível coligação

A possibilidade de uma coligação pré-eleitoral com o PSD tem sido um tema recorrente, especialmente após o recente congresso dos sociais-democratas. A Iniciativa Liberal já rejeitou uma coligação desse tipo, mas admite conversações pós-eleitorais.

Por outro lado, no CDS persiste a esperança de uma aliança que possa reeditar experiências governativas passadas, como as já vivenciadas na Madeira e nos Açores, com Nuno Melo a considerar que “seria importante para Portugal” porque “permitiria potenciar mais votos e garantir com maior facilidade uma alternativa credível de centro-direita”.

A comissão política nacional do PSD está atualmente a deliberar sobre possíveis coligações pré-eleitorais com partidos à direita do PS para as legislativas antecipadas de 10 de Março.

 

No congresso do PSD, algumas figuras do partido, incluindo Nuno Morais Sarmento, ex-ministro de Durão Barroso, mostraram-se favoráveis a um entendimento pré-eleitoral e sugerem que os partidos de direita e centristas se unam numa “base comum” visando uma maioria não socialista pós-eleitoral.

Adriana Peixoto, ZAP //

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