O momento negro que se vive no CDS parece não ter fim. Os sintomas de desmotivação são gerais e há dificuldades em encontrar quem queira estar no congresso que irá eleger o sucessor de Assunção Cristas, marcado para dias 25 e 26 de janeiro, em Aveiro.
Segundo a edição deste sábado do Expresso, está a ser um verdadeiro desafio convencer os militantes a deslocarem-se e a assumirem os gastos de passar um fim de semana em Aveiro, tal é a descrença no futuro do partido.
Fonte de uma das candidaturas, que tem participado na preparação do congresso, disse ao semanário que “há dificuldades claras em arranjar delegados“. “As pessoas dizem que tem custos, é preciso pagar duas ou três refeições em restaurantes e um hotel.”
Este sábado vão ser eleitos os cerca de mil delegados que irão a Aveiro escolher o próximo presidente do CDS, mas o quadro não é animador.
João Almeida, um dos candidatos à liderança, está a trabalhar no terreno, em busca de tropas. Segundo o próprio, é preciso ir buscar “todos os que estão mobilizados para o partido”. O CDS “está num momento difícil, quem disser que está a reagir estrondosamente”, mente, sugere João Almeida.
O problema arrasta-se desde o mau resultado do partido nas eleições legislativas de outubro e só se intensificou com o silêncio da maior parte dos candidatos à liderança. De acordo com o Expresso, algumas concelhias não contam com uma única lista de delegados ao congresso, mas existe também a situação contrária: concelhias em que se formaram duas ou mais listas concorrentes, como acontece em Aveiro.
A corrida está em aberto e há candidatos convictos de que o congresso será decisivo. Fonte próxima da Comissão Organizadora do Congresso adiantou ao Expresso que o órgão apresentará uma recomendação para que o voto nas moções seja secreto.
Candidatos são já quatro: João Almeida veio juntar-se ao grupo composto por Filipe Lobo d’Ávila, líder do grupo crítico de Cristas Juntos pelo Futuro; Abel Matos Santos, porta-voz da tendência interna (igualmente crítica da direção) Tendência Esperança em Movimento; e Carlos Meira, ex-presidente da concelhia de Viana do Castelo.
Em suspenso está uma possível candidatura de Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular, que continua a trabalhar em silêncio. Além disso, não se sabe, para já, o que poderá acontecer à moção elaborada pela ala de Nuno Melo: se daqui sai uma candidatura ou um apoio a outra.