Respondendo aos ataques do PS, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, recordou que António Costa governou mesmo sem ganhar as eleições, situação que foi possível graças a uma “uma solução que foi estável” durante a legislatura.
O nono dia de campanha começou com uma paragem habitual da caravana bloquista, a Feira de Espinho, distrito de Aveiro, uma receção calorosa, no final da qual Catarina Martins foi confrontada com as declarações do ministro Augusto Santos Silva sobre os riscos de “um poder desmedido” de algum dos parceiros à esquerda do PS.
“Há quatro anos o PS não ganhou eleições e conseguimos ainda assim uma solução que foi estável durante quatro anos porque protegeu salários, pensões, os direitos das pessoas. Acho que é um pouco fruta da época estes apelos”, atirou.
A líder bloquista insistiu na ideia de que “há quem no PS esteja zangado com os últimos quatro anos e tenha eventualmente vontade de recuar nalguns dossiês”.
“Mas as pessoas deste país sabem que o Bloco é a força que impede uma maioria absoluta e é força que puxa pelas condições concretas de vida deste país: no salário, na pensão, nas condições de trabalho, na habitação, no que conta o BE não falta”, assegurou.
Esta “força do BE”, defendeu Catarina Martins, é algo que “há tanta gente que reconhece que é necessária no parlamento para se continuar um caminho que puxe pelo país, puxe pelas condições concretas de vida das pessoas”.
Neste fim-de-semana, Augusto Santos Silva participou num almoço-comício, onde atacou o Bloco e a direita: o ministro socialista advertiu para os riscos de “um poder desmedido” de algum dos parceiros à esquerda do PS e acusou PSD e CDS-PP de “trazerem as instituições da República para a lama“.
“Nós não queremos trazer as instituições da República para a lama, nós sabemos que a justiça e a política são domínios diferentes, sabemos que as Forças Armadas são uma instituição representativa de todo o país, sabemos que as questões judiciais resolvem-se nos tribunais e que as questões políticas tratam-se no parlamento e na política”, declarou.
“A doutora Assunção Cristas parece querer afundar o nível do debate político democrático em Portugal, mas é hoje evidente para todos, basta olhar para as sondagens, que quem se vai afundar é ela própria”, sustentou, antes de falar no gosto de Rui Rio em “produzir belas teorias”, como as do rigor financeiro e a clareza de decisões.
“Rui Rio pediu serenidade e elevação quando se trata de questões de justiça, disse com toda a razão que ser acusado não é ser condenado – e que só há um sítio em que tudo isso pode ser decidido: nos tribunais. Mas o doutor Rui Rio estava à espera da primeira oportunidade para desdizer a sua própria teoria”, apontou.
“Pode o país pode tolerar essa volatilidade?”, questionou.
ZAP // Lusa
Olha Catarina, quero simplesmente dizer que gosto muito de ti. Acho que és simples, solidária, amiga, gentil, alguém que nos faz falta todos os dias. Mas quero também revelar-te um segredo, que agora deixa de o ser: desde Março, que me pus a ler os discursos de Salazar e encontrei tanta coisa que tu dizes e que ele também disse. Que ironia do destino, quando nem sequer querem que ele tenha um museu com as suas coisitas.