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Após quase cinco meses da acusação do caso BES, ainda há arguidos por notificar

José Sena Goulão / Lusa

Já lá vão quase cinco meses de que foi conhecida a acusação do caso BES, mas ainda há arguidos que nem notificados foram. Mesmo aqueles que foram, tentam aumentar os prazos para exercer a sua defesa.

Ricardo Salgado é um dos queixosos e já apresentou uma reclamação, queixando-se que o juiz de instrução não aceitou um recurso seu, escreve o Observador. O antigo presidente do BES exigia mais tempo para preparar a defesa, após o juiz Carlos Alexandre dar o prazo previsto na lei de 30 dias mais 20 dias, após o último arguido ser notificado.

Quando se conheceu a acusação do processo, em julho, Ricardo Salgado pediu pelo menos um ano e dois meses para apresentar o requerimento de abertura de instrução. Assim como Ricardo Salgado, também Manuel Fernando Espírito Santo, Cláudia Faria e António Soares pediram uma prorrogação do prazo, ainda que por períodos mais curtos.

Carlos Alexandre rejeita prolongar o prazo dado, visto que é aquele que está previsto na lei, e diz que não será por si que este processo se vai arrastar na Justiça durante anos.

Em outubro, a defesa de Ricardo Salgado recorreu, alegando que o seu cliente é “acusado de 65 crimes” e que a “acusação se reporta factos com mais de 20 anos”.

Um mês depois, o juiz de instrução criminal voltaria a dar uma nega ao ex-presidente do BES. Carlos Alexandre argumenta que não faz sentido determinar qualquer prazo extra a ser dado após a última notificação, dado que já muitos meses vão correr até lá.

Perante a decisão do juiz, as defesas avançaram com reclamações que serão decididas pelo Tribunal da Relação de Lisboa.

A tradução de todo o processo para os arguidos suíços deverá ainda fazer com que o caso se arraste por muito mais tempo. Em novembro, a defesa de Etienne Cadosh, Michel Creton e da Eurofin solicitou “a notificação da acusação aos arguidos, devidamente traduzida para língua francesa, acompanhada da disponibilização da documentação que serve de prova a tal acusação igualmente traduzida para a mesma língua”.

Assim, estes arguidos exigem que se traduza não só a acusação, mas também a íntegra de um processo que conta com milhares de páginas.

ZAP //

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