O acionista maioritário da Groundforce está disposto a participar no aumento de capital proposto pela TAP, mas reforça que só o fará “dentro dos termos da lei”.
Este domingo, a TAP propôs ao acionista maioritário da Groundforce um aumento de capital de 6,9 milhões de euros, o que permitiria à empresa pagar salários em atraso, dívidas aos fornecedores e impostos.
A proposta da companhia aérea ainda aguarda uma resposta oficial, mas, em declarações ao jornal online ECO, o empresário disse que poderá participar nesta operação, se for “nos termos da lei”.
“A minha resposta é simples: nos termos da lei, estou disposto a ir ao aumento de capital e corresponderei a minha parte”, respondeu Alfredo Casimiro.
“Dentro dos termos da lei, estou disponível para convocar uma assembleia-geral para deliberar um aumento de capital necessário para a empresa, no qual estou disponível a acompanhar e até a comprar algumas ações da TAP”, reafirmou.
Com esta operação, a empresa passaria a ter 7,47 milhões de euros de capital, em vez dos atuais 500 mil euros. Se o dono da Pasogal, que detém 50,1%, não acompanhar esta operação, a TAP passará dos atuais 49,9% para uma maioria de capital.
Mas, tal como recorda o ECO, além da aceitação do empresário, é preciso também que a Comissão Europeia aprove esta operação, já que a transportadora portuguesa está a receber apoio público.
Segundo o Correio da Manhã, Alfredo Casimiro tem até esta terça-feira para responder à proposta apresentada pela companhia aérea.
Caso o empresário rejeite o aumento de capital da TAP na Groundforce, escreve o CM, o plano B poderá passar por envolver o banco Montepio, que detém a penhora das ações do dono da Pasogal, como já tinha revelado o semanário Expresso.
De acordo com o Jornal Económico, na carta enviada este domingo a Casimiro, a TAP exigiu explicações sobre eventuais penhores e sobre um empréstimo de 30 milhões de euros.
“A SPdH mantém todos os compromissos por si anteriormente assumidos na carta de 20 de janeiro de 2021, incluindo a obrigação de manter o Grupo TAP devidamente informado acerca das diligências efetuadas no sentido da obtenção do financiamento garantido que a SPdH solicitou, sob a forma de um empréstimo concedido pela Caixa Geral de Depósitos com a prestação de uma garantia por parte do Banco de Fomento a favor dessa instituição de crédito, no montante de 30 milhões de euros, em particular sobre a evolução do processo de aprovação e concessão desse financiamento garantido”, pode ler-se.
“A SPdH e a Pasogal prestam, por escrito, os esclarecimentos solicitados pelo grupo TAP na carta datada de 8 de março de 2021, relativamente à existência de eventuais penhores ou outros ónus que impendem sobre as ações detidas pela Pasogal no capital social da SPdH e/ou os equipamentos da SPdH”, lê-se ainda.
Esta segunda-feira, uma delegação da Comissão de Trabalhadores da empresa de handling, que se manifestava em frente ao Palácio de Belém, foi recebida por uma equipa de assessores do Presidente da República.
“A meio da reunião recebemos o senhor Presidente da República, que fez questão de lá ir e de nos dar conta do empenho total do Governo em resolver a situação, que culminou com a proposta que ontem [domingo] foi apresentada, e de nos dar conta também de que está a acompanhar com muita preocupação e a fazer tudo o que está ao seu alcance para resolver a situação”, disse aos jornalistas Eugénia Varzielas, um dos três membros da Comissão de Trabalhadores.