Trabalhadores da Groundforce recebidos por assessores de Marcelo saem “com esperança”

António Cotrim / Lusa

Trabalhadores da Groundforce concentrados junto ao Ministério das Infraestruturas, em Lisboa.

Representantes dos trabalhadores da Groundforce estiveram hoje reunidos com assessores do Presidente da República e saíram do encontro “com esperança” que Marcelo os apoie junto de quem pode resolver a questão dos salários em atraso.

“A meio da reunião recebemos o senhor Presidente da República, que fez questão de lá ir e de nos dar conta do empenho total do Governo em resolver a situação, que culminou com a proposta que ontem [domingo] foi apresentada, e de nos dar conta também de que está a acompanhar com muita preocupação e a fazer tudo o que está ao seu alcance para resolver a situação”, disse aos jornalistas, no final da reunião, Eugénia Varzielas, um dos três membros da Comissão de Trabalhadores (CT) da Groundforce que foram hoje recebidos no Palácio de Belém.

O movimento SOS handling promoveu hoje mais uma manifestação, desta feita frente à residência oficial do Presidente da República, em Belém, apelando ao pagamento na íntegra dos seus salários, visto que, desde fevereiro, apenas receberam 500 euros.

“Saímos de lá com a esperança de continuarmos a ter o apoio do senhor Presidente, que é fundamental, junto de quem tem poder de resolver”, afirmou aquela representante dos trabalhadores, deixando também um apelo ao acionista maioritário da empresa, para que aceite a proposta da TAP, de um aumento de capital de 6,97 milhões de euros.

“A situação agrava-se e degrada-se de dia para dia”, acrescentou a CT, que se reúne esta tarde, para decidir sobre as próximas ações de luta, caso não seja acordada uma solução para a Groundforce.

No domingo, o grupo TAP propôs disponibilizar à Groundforce 6,97 milhões de euros, através de um aumento de capital e não de um adiantamento, como estava a ser negociado, para desbloquear o impasse e evitar um “cenário de rutura iminente”, mas ainda não é conhecida a resposta da Pasogal.

“O valor em causa será disponibilizado pelo Grupo TAP à SPdH [Groundforce], não a título de adiantamento do pagamento de serviços a prestar pela SPdH à TAP, mas através de um aumento do capital social da SPdH, de 500.000 euros para 7.470.000 euros, mediante a subscrição de 697.000 novas ações ordinárias a emitir com o valor nominal de 10 euros cada, a realizar por novas entradas em numerário, e a subscrever integralmente por uma empresa do Grupo TAP [o “Aumento de Capital SPdH”]”, lê-se numa carta, a que a Lusa teve acesso, enviada pela TAP a Alfredo Casimiro.

Na semana passada soube-se que as ações da Pasogal já estão penhoradas, não podendo ser dadas como garantia para receber um adiantamento da TAP que serviria para pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, nem para um empréstimo, para fazer face às necessidades de tesouraria a curto e médio prazo.

A informação foi dada por Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, ao fim de vários dias de negociações com o Ministério das Infraestruturas, em que concordou ceder as ações como garantia para viabilizar a empresa.

A SPdH – Serviços Portugueses de Handling (Groundforce) é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, por sua vez, é detido em 72,5% pelo Estado português.

// Lusa

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