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Carros a gasóleo. ACP acusa ministro do Ambiente de “ignorância”

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O rol de críticas ao ministro do Ambiente continua a crescer depois das suas declarações sobre o prazo de validade comercial dos carros a gasóleo. O Automóvel Club de Portugal (ACP) repudiou esta terça-feira as afirmações de Matos Fernandes, acusando-o de “ignorância” e “desrespeito pelos consumidores”.

Em comunicado, citado pelo semanário Expresso, o ACP diz que as declarações de Matos Fernandes “mais do que alarmistas, são altamente preocupantes”. A eficiência que o ministro defende “para a eletrificação automóvel esbarra de frente com a realidade e com a economia nacional”, acusa o ACP.

O ACP acusa também o ministro de “um enorme conflito interior ao defender a contratação da potência elétrica mais baixa para as famílias pouparem na conta da luz, ao mesmo tempo que decreta uma eletrificação massiva do parque automóvel”.

“As tecnologias Euro 6 em vigor e a Euro 7, obrigatória em 2023, garantem emissões drasticamente mais reduzidas o que significa que a combustão está para ficar, mais eficiente e ambientalmente sustentável. Já os automóveis elétricos só são ambientalmente mais sustentáveis face aos modelos a combustão com as normas Euro 6 se a eletricidade usada for 100% proveniente de energias renováveis”, assinala o ACP.

Atualmente, a maioria dos carros elétricos em circulação “têm baterias de lítio e, numa produção em escala, não está assegurada a sua reciclagem nem os seus efeitos ambientais”, sustenta o Automóvel Club de Portugal.

Entre várias perguntas que deixa ao ministro, o ACP quer saber “como pretende assegurar a rede elétrica para um consumo massivo” ou “como vai ser a tributação fiscal para os carros elétricos e a sua implicação na fatura da eletricidade doméstica”.

Milhares chamadas inundam call center do ACP

O call center do ACP, que representa 252 mil associados, tem sido inundado de chamadas com pedidos de informação e de ajuda sobre o caso dos carros com motor diesel. “Não imagina o número de chamadas que estamos a receber por causa destas declarações enganadoras”, revelou ao jornal Público Carlos Barbosa, presidente do ACP.

“São chamadas de pessoas que nos perguntam o que isto significa. Pessoas que sinalizaram a compra de carros a gasóleo e que ficaram preocupadas. É um disparate completo. Os carros elétricos vieram para ficar. Mas os carros a combustão não vão acabar nem em quatro, nem em 15 anos”, diz Carlos Barbosa.

Em causa estão as declarações de Matos Fernandes em entrevista ao Jornal de Negócios e à “Antena 1: “hoje é muito evidente que quem comprar um carro a diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”, disse.

ZAP //

11 Comments

  1. Estes fulanos do ACP são uns vendidos !
    Para manterem o negócio não se importam de prejudicar milhares de pessoas que vão gastar as suas economias em automóveis que depois não conseguem vender.

  2. Ninguém percebeu que o homem já investiu muito dinheiro em empresas como a Tesla e outras contructoras automóveis com combustíveis alternativos, e também nas empresas de electricidade! Desta foram ele está apenas a fazer uso do seu cargo para potenciar a subida dessas acções em bolsa 😀

  3. Os carros a gasóleo vão acabar. Ha cidades que já nem os querem circulando. É lógico que gradualmente deixem de ter valor comercial. Todos estes idiotas que culpam o ministro pelo terrível pecado de informar a população, preferiam o quê??? Que ele se calasse, ou nos enganasse ??? Tenham vergonha na cara.

  4. Mas onde está o problema?!
    Claro que os carros com motor diesel daqui 4 anos não terão a procura que tem hoje e, já hoje, tem cada vez menos procura – basta olhar para as vendas para se constatar isso!
    E ACAP sabe muito bem disso!!
    Tenho vários colegas e amigos que tem trocado carros usados a gasóleo, por novos a gasolina ou híbridos.
    Daqui a 4 anos isso será, obviamente, muito mais expressivo e não vale a pena esconder a cabeça na areia!!

  5. Ui, inundaram o ACP com chamadas? Alguns provavelmente porque se endividaram para comprar o TDI da moda com a esperança que daqui a 10 anos ainda valesse mais que agora e ficaram em pânico.
    Agora a sério, ninguém precisa de esclarecimentos do ACP. Está mais que visto que os países estão a virar-se para outras energias e as vendas dos diesel cairam drasticamente. A par disso, os construtores estão a desinvestir no diesel para apostar na electricidade e híbridos a gasolina.
    Quanto ao argumento do ACP das normas EURO 6 e 7, basta ver o escândalo diesel gate. Cumprem só no papel.
    Há muita gente a viver dos lucros astronómicos do petróleo mas olhem, façam-se à vida como os outros.
    E já agora um conselho: façam contas, não comprem diesel só porque o vizinho tem um.

  6. Mas que coisa anda lá para os lados da ACP.. Então, é óbvio que a oferta de carros a diesel vai acabar. A maioria das marcas automóveis já não tem no seu plano a médio prazo a produção de carros a diesel. Exemplos disso no imediato são a Lexus e a Porche, que já abandonaram essas motorizações mais poluentes.
    No curto prazo os gasolina e híbridos ainda serão oferecidos mas dentro de 10 anos já só haverá produção de carros elétricos. A tecnologia eléctrica é muito superior à de combustão e tem o benefício de não causar poluição desenfreada como os diesel. Claro que já há reciclagem e reaproveitamento de baterias de lítio e isso só continuará a crescer pois trás enormes benefícios económicos às empresas automóveis! Na verdade, dentro de 10 anos provavelmente já haverão soluções tecnologias bastante superiores às baterias de lítio (p.e. baterias de estado sólido) com pelo menos 10x densidade e velocidade de carregamento.
    Brutos são os que querem voltar para trás..

  7. Tanta gente a falar do que não sabe, pois a poluição que um veículo provoca, não se limita ao combustível que gasta.
    Parece que ninguém sabe ao certo quanto polui por km cada um dos tipos de veículo, pois se na factura da poluição deve constar as emissões diretas, devem ser ainda adicionadas as emissões derivadas da produção desse mesmo veículo, do custo da sua manutenção e peças de desgaste, assim como a energia gasta para produzir todos esses componentes, e aí verificar os resultados.
    Se temos um veículo que consegue resistir durante 500.000 Km em detrimento de outro que tem uma vida útil de 150.000Km, significa que o primeiro evitou o custo de fabricação e reciclagem de resíduos de outros 2 veículos, são muitos Kg de resíduos a menos. Em termos financeiros, se uma família investir num veículo em vez de investir em três no mesmo espaço de tempo, pode comprar equipamentos com maior eficiência energética que por norma são mais caros (Já agora amigos ambientalistas, isto de ter os equipamentos mais eficientes mais caros do que os menos eficientes não será um contrasenso e até mesmo uma pouca vergonha), e com isso contribuir para a redução de emissões. Pode inclusive pegar nessa poupança e investir em painéis solares (muitos painéis solares).
    Outra forma de poupar o nosso ambiente, e de poupar as nossas famílias seria a de obrigar os construtores de automóveis a construir maquinas mais fiáveis e maior durabilidade, dado que tal não acontece de propósito, não por causa de limitações tecnológicas ou de materiais, mas sim para protegerem interesses financeiros.

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