Duas polémicas depois, Carlos Pereira sai da comissão de inquérito da TAP (com dívida perdoada)

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Homem de Gouveia / Lusa

Carlos Pereira,

Deputado do PS esteve na famosa reunião com a gestão da TAP um dia antes de Christine Ourmières-Widener ir ao Parlamento.

Carlos Pereira vê-se envolvido em nova polémica, no espaço de pouco mais de uma semana.

O deputado socialista já tinha estado no centro das atenções na comissão parlamentar de inquérito à TAP.

Na audição de Christine Ourmières-Widener, a presidente-executiva da TAP contou que houve uma reunião com membros do Governo e do PS um dia antes de ir ao Parlamento, ainda em Janeiro.

Havia um deputado socialista que esteve nessa reunião privada e na comissão parlamentar, um dia depois: precisamente Carlos Pereira.

Agora, a segunda polémica: a Caixa Geral de Depósitos concedeu ao deputado socialista – e a mais cinco pessoas – um perdão parcial de dívida, revelou o jornal Correio da Manhã.

Carlos Pereira era avalista da BKAT Consulting, ou seja deu cauções ou garantias para pagamento de uma dívida.

Em Janeiro de 2022, tornou-se uma das seis pessoas executadas pelo banco público, para a cobrança de uma dívida da BKAT Consulting.

A Caixa Geral de Depósitos reclamou em tribunal o pagamento de mais de 181 mil euros, incluindo capital, juros e custas. Foram pagos 116 mil euros, entretanto.

Depois, e segundo o mesmo jornal, houve um perdão de dívida dos 66 mil euros restantes.

“A Caixa efetuou o acordo de pagamento da dívida pelos valores que considerou à data judicialmente e legalmente exigíveis”, esclarece a entidade.

O deputado assegura que o banco “não concedeu qualquer perdão de dívida”, explicando: “O valor liquidado correspondia ao montante inicial em dívida, acrescido apenas dos juros que não tinham prescrito e não se considerando aqueles gerados pela inação da CGD.”

Saída da comissão

Depois da publicação desta notícia, Carlos Pereira anunciou que vai deixar todas as suas funções na comissão de inquérito à TAP, onde era coordenador dos deputados do PS.

Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Carlos Pereira justifica a decisão com a necessidade de “proteger os resultados a apurar na Comissão de Inquérito e salvaguardar os superiores interesses do Partido Socialista”.

O ainda coordenador dos deputados socialistas no inquérito à TAP alega que as notícias “que se têm repetido nas últimas semanas apenas contribuem para adensar um clima de suspeição injustificado“.

O deputado eleito pela Madeira assinala que vai deixar não só a coordenação no inquérito, mas também a própria comissão.

“Entendi solicitar ao presidente do Grupo Parlamentar do PS que me desobrigasse da coordenação dos deputados do Partido Socialista na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão Política da TAP, bem como, da minha presença na referida Comissão”, escreve.

Carlos Pereira assegura ter prestado ao Correio da Manhã “todos os esclarecimentos” que lhe foram solicitados e rejeita qualquer favorecimento.

Nunca existiu qualquer incompatibilidade no exercício pleno da minha atividade como deputado, ou qualquer tratamento de favor para comigo por parte da Caixa Geral de Depósitos”, afirma, prometendo mais esclarecimentos sobre a notícia do Correio da Manhã para “o princípio da manhã” de hoje.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. VARIAS VIGARICES … estamos entregues e governados pela Mafia dos interesses dos deputados e governantes.
    Portugueses os políticos / governantes / deputados Não querem saber dos Portugueses para NADA. Nós somos uns escravos que trabalhos para eles.

  2. Marcelo hà muito que devia ter actuado, apenas não o faz por causa do Chega, mas quanto mais Ventura for marginalizado, mas as pessoas se revêm nele. Hà muito que se deveria considerar o Chega como mais um partido do espetro politico nacional, Se o conseguem fazer com o PCP que defende o massacre na Ucrania, defenda ou defendia a saida da NATO, da EU e do Euro entre a defesa de uma seria de regimes ditaturiais e assassinos por esse mundo fora, por maioria de razão se deveria normalizar o Chega. Perdoaram assassinos e terroristas fazendo-lhes homenagens no 25 de Abril, mas embirraram para ali. Temos um partido de extrema direita com um primeiro ministro em Italia e o pais não se tornou Nazi ou fascista e continua com os valores democraticos e até mesmo apoiando a Ucrania. Este governo e este partido já nps levou 3 vezes à bancarrota, já nos roubou e agora com varios casos em investigação e julgamento, julgam-se donos do poder e fazem o que be entendem, Sim é altura de Marcelo mostrar que faz alguma coisa e não é apenas um boneco de seflis e apertos de mãos esquisitos.

  3. Gostaria de deixar aqui uma pequena dúdiva, ou será dúbia!. Afinal temos um Presidente da Réspública, ou andamos todos aos pasteis de Belém.

  4. Este também fez cá uma figura de urso na comissão de inquérito. É cada triste que aí anda. E andamos nós a sustentar isto tudo.

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