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Assalto ao Castelo: Carlos Costa quer ir ao Parlamento “repor a verdade”

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Mário Cruz / Lusa

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa

O governador do Banco de Portugal enviou, esta segunda-feira, uma carta à comissão parlamentar das Finanças para prestar esclarecimentos sobre o seu papel no caso BES, disse à Lusa um deputado da comissão.

A notícia foi avançada pelo Expresso, segundo o qual Carlos Costa quer “repor a verdade”, na sequência da reportagem da SIC, da semana passada, sobre o caso BES, com incidência na atuação da instituição por si liderada no segundo semestre de 2013.

“Há um conjunto de acusações à supervisão que distorcem aquilo que é a realidade do que se passou”, afirma o governador do Banco de Portugal na carta enviada à presidente da Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFAP), Teresa Leal Coelho.

O governador, que já se disponibilizou para ir prestar esclarecimentos no Parlamento, entende que deve “esclarecer todos os pontos” que foram levantados na reportagem, “em defesa do BdP e para promover a confiança” na instituição, cita o semanário.

Segundo a reportagem, intitulada “Assalto ao Castelo”, técnicos do BdP assinaram uma nota informativa interna, logo em novembro de 2013, na qual punham em causa a continuidade de quatro administradores do BES e sugeriam mesmo o afastamento imediato do presidente, Ricardo Salgado.

Nos últimos dias, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, tem defendido que o governador “não tem condições” para se manter em funções.

“Eu já perguntei ao primeiro-ministro num debate quinzenal quantas falhas graves do governador do Banco de Portugal é que precisamos até se perceber que está na altura de ele sair”, realçou ainda.

Por seu lado, António Costa tem sido mais comedido nas palavras, considerando que “o governador foi nomeado pelo anterior Governo e aquilo que compete ao atual Governo é trabalhar com o governador”.

“O governador tem um estatuto próprio, de inamovibilidade. Está sujeito a fiscalização própria, do sistema de supervisão europeu”, lembrou ainda o governante. Catarina Martins rejeita, porém, este argumento.

“O cargo é amovível mediante falha grave. Foi por isso que usei essa expressão. Já houve várias falhas graves. Já era conhecido de várias comissões de inquérito e até as revelações recentes de investigação jornalística mostram que tínhamos razão quando o dissemos. E já temos essa posição há bastante tempo”, declarou a dirigente do BE.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Se este senhor se verga por uma reportagem televisiva ali antes da novela da moda, certamente se vergou no caso em apreço e daí o atraso…

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