Capitão Ferreira vai faltar à audição da Comissão de Defesa

António Cotrim / Lusa

Marco Capitão Ferreira, secretário de Estado da Defesa, com o Ministro da Defesa, João Cravinho

O ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira comunicou hoje que não estará presente na audição da comissão parlamentar de Defesa, na quarta-feira, tendo invocado a sua atual condição de arguido no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”.

Fonte parlamentar adiantou à agência Lusa que a posição de Marco Capitão Ferreira, exonerado das funções de secretário de Estado da Defesa na passada sexta-feira, foi transmitida esta noite aos deputados da comissão parlamentar através de um email.

Diz que não vai comparecer à audição na quarta-feira, alegando que lhe cabe agora responder perante a justiça”, referiu a mesma fonte.

Na semana passada, o parlamento aprovou um requerimento do Chega para a audição de Marco Capitão Ferreira para prestar esclarecimentos sobre um contrato de assessoria que o próprio assinou com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) antes de assumir o cargo de secretário de Estado.

Esse requerimento foi depois aprovado com a abstenção do PS. Com idêntica votação, foi também aprovado um requerimento do PSD a solicitar documentação referente a este contrato.

Na sexta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou a exoneração de Marco Capitão Ferreira proposta pelo primeiro-ministro, António Costa.

O ex-secretário de Estado da Defesa foi constituído arguido no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”, que levou a Polícia Judiciária a fazer buscas na sua residência e no Ministério da Defesa.

Marco Capitão Ferreira já estava envolvido num caso duvidoso quando, no mês passado, foi noticiado que tinha cobrado 50 mil euros por 4 dias de assessoria na Direção-Geral de Recurso da Defesa Nacional. Ainda antes de fazer parte do Governo.

Esse serviço, soube-se poucos dias depois, foi feito de forma clandestina, já que não foi assinado qualquer contrato.

Já enquanto presidente da idD Portugal Defence, Marco incluiu José Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração – mas José Miguel Fernandes nunca foi visto a exercer funções. Mas, na sua página no LinkedIn, o gestor continua a indicar que é assessor na idD Portugal Defence.

E foi após este caso que Marco Capitão Ferreira saiu do Governo, depois de ter assumido o cargo de secretário de Estado da Defesa quando o atual Governo tomou posse, em 30 de março de 2022.

ZAP // Lusa

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