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“O capital político de Passos Coelho está intocável”, considera Luís Marques Guedes

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Manuel Almeida / Lusa

Pedro Passos Coelho

O social democrata Luís Marques Guedes considerou, em entrevista ao Público, que o capital do político de Pedro Passos Coelho está “intocável”, dizendo, contudo, nada saber sobre um eventual regresso do antigo primeiro-ministro.

“Concordo com a ideia de que o capital político que o dr. Passos Coelho acumulou nas funções de primeiro-ministro está intocável. Como é que ele o vai utilizar e se irá fazê-lo tem de lhe perguntar. É claro que me agradaria. Não existem em Portugal muitas personalidades com a dimensão do dr. Passos Coelho”, afirmou Luís Marques Guedes em entrevista ao matutino, esta terça-feira publicada.

Questionado sobre se o regresso de Passos Coelho ao PSD poderia esvaziar o Chega, Luís Marques Guedes respondeu: “Esvaziar talvez não seja o termo adequado. O espaço político que é ocupado pelo eleitorado do Chega ficaria bem melhor representado pelo dr. Passos Coelho do que pela direção do Chega”.

As declarações do social democrata surgem depois de Luís Marques Mendes, conselheiro de Estado e antigo líder do PSD, ter dito, no passado domingo no seu habitual espaço de comentário na SIC, que acredita no regresso de Passos Coelho.

Mais ano, menos ano, vai fazer um regresso à vida política. Não sei se será para ser candidato a primeiro-ministro, ou para ser candidato a Presidente da República”, disse, dando conta que esta é a sua convicção, apesar de não ser “no imediato”.

Na mesma entrevista ao Público, Luís Marques Guedes foi ainda questionado sobre a atuação do Governo nas últimas semanas em várias situações desde a pandemia à polémica com a morte de um cidadão ucraniano às mãos do SEF, considerando existir uma descoordenação no Executivo liderado por António Costa.

“O ministro [da Administração Interna, Eduardo Cabrita] perdeu as condições de autoridade que o exercício de um cargo principalmente numa área de soberania inevitavelmente tem. Com certeza que não há culpa por parte dos responsáveis políticos, mas a governação também tem um lado muito importante que é a responsabilidade política. Não foi assumida desde o primeiro momento por parte do Governo e o que se passou é grave de mais para que não tivesse sido assumida”, disse, referindo-se ao cidadão ucraniano que foi espancado no Aeroporto de Lisboa.

“Se não é com uma morte por espancamento de um cidadão à guarda do Estado que o ministro se demite, eu pergunto: então demite-se quando? É preciso dois, três, dez espancamentos, mortes, assassínios? Não. O que se passou com o diretor nacional de PSP é um bocadinho a expressão disso: é a desautorização pública, consciente ou inconsciente, de um membro do Governo. Ainda por cima com uma atitude assassina, por parte do primeiro-ministro, quando vem dizer que não há fusão nenhuma entre o SEF e a PSP. Se ele já estava desautorizado, ficou quase como um peso morto dentro do Governo”.

O social-democrata recordou ainda situações com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e com a ministra da Saúde, Marta Temido, para defender que há falta de coordenação no Governo, o que acaba, no seu entender, por prejudicar o país.

“Se somar a esse episódio o que aconteceu na mesma semana com o ministro das Infra-estruturas, em que o primeiro-ministro não só o desautorizou publicamente como o vexou politicamente, é algo inaceitável. Porque a responsabilidade do primeiro-ministro é coordenar uma equipa, não é vexar os membros da sua equipa, ainda por cima quando são escolhidos por ele. O Presidente da República deixou perfeitamente claro que só não demite o ministro da Administração Interna porque o primeiro-ministro não o propõe. Estamos a assistir a um deslassar da autoridade política do Governo, que não é nada bom para o Governo, é muito mau para a crise que estamos a atravessar”.

E acrescentou: “Há um terceiro caso: a tomada de posição da ministra da Saúde ao arrogar-se a revogar um regulamento aprovado por uma entidade reguladora independente, com a participação de representantes do Governo. Tudo isto são sinais que demonstram uma falta de coordenação, uma falta de autoridade dentro do Governo, quer para fora, quer para dentro. Quando o primeiro-ministro ataca e desautoriza desta maneira os seus próprios ministros, é o Governo que sai prejudicado seguramente e o país sai prejudicado”.

ZAP //

2 Comments

  1. Como primeiro-ministro esteve muito bem. O problema do Passos é o tempo da tecnoforma. Aí ficou por explicar (embora todos tenhamos entendido muito bem) os muitos cursos de formação financiados que nunca foram feitos. Era cursos para técnicos de aeródromos onde não os existia, cursos para…

  2. Todos reclamam do Passos incluindo eu proprio porque tive de emigrar…mas mais uma vez os politicos antes e depois do Passos deixam o pais abaixo do esperado. Passos teve de fazer aquilo que nunca o partido do poder actual nunca fez…

    Os solicialistas oferecem o desbanjam os impostos e as poupansas do pais.
    Os da direita democratica defendem e fortalecem empresas ao capitalismos.
    os comunistas tudo ‘e nacionalizado e tudo ‘e do estado…
    Sao todos uns parasitas com pouco inteligencia para governar…mas insistem que sao os iluminados…egos a mais para pequeno pais…

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