O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou esta quinta-feira que os candidatos a deputados do PSD vão assinar um compromisso de que suspendem funções se foram condenados em primeira instância.
Em entrevista à rádio online Observador, o líder social democrata revelou ainda que deverá ser “número dois” pelo Porto e recusou confirmar ou desmentir se vetou diretamente o nome do ex-líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, para as listas do partido, escusando-se a comentar casos concretos.
Com o mesmo argumento, recusou dizer se deputadas do PSD recentemente constituídas arguidas – Emília Cerqueira e Maria das Mercês Borges – poderiam ser ou não incluídas nas listas, mas anunciou que todos os candidatos vão ter de assinar um compromisso.
“Os candidatos a deputados do PSD vão todos assinar – senão, não são candidatos – um compromisso que, se tiverem uma qualquer condenação em primeira instância, automaticamente suspendem o cargo. Transitando em julgado, demitem-se”, afirmou.
Quanto ao lugar que vai ocupar nas listas de candidatos a deputados, Rui Rio afirmou que “o mais lógico é que seja segundo no Porto”, considerando “simbólico” que o líder do partido abdique de ser ‘número um’ em favor de um jovem de 28 anos, Hugo Carvalho.
“Se não acreditasse que conseguia ganhar, o que é que eu estava aqui a fazer? Repare: há sondagens bem feitas, mal feitas, feitas por encomenda, há tudo. Como na farmácia”, disse ainda Rui Rio quando questionado se ainda acredita que consegue ganhar as eleições.
Questionado se, em caso de derrota, admite sair “no dia seguinte às eleições” legislativas de 6 de outubro, o líder do PSD respondeu: “Admito tudo e mais alguma coisa, mas não é para pensar agora”. “Estou numa dada tarefa, fui eleito para essa tarefa por dois anos, vou cumprir isso, quando chegar ao fim do mandato logo se vê”, disse, embora acrescentando que pode considerar que um balanço feito a “8, 9 ou 10 de outubro” pode ser semelhante ao que faria em janeiro, altura de fim do seu mandato.
“Nessa altura vejo a situação (…) Neste momento a minha preocupação é ir para eleições e fazer o melhor possível e isso é ganhar. Se não for assim logo se vê”, disse.
“Não vi com bons olhos o Governo a sacudir a água do capote”
Na mesma entrevista, o líder do PSD criticou a atitude do atual Governo nos incêndios de Mação. “Não vi com bons olhos que o Governo começasse a sacudir a água do capote dizendo que a responsabilidade não é dele, mas dos autarcas”, apontou.
“Relativamente a Mação, o ministro da Administração Interna veio dizer que não havia plano de emergência preparado. O plano de emergência não tem nada a ver com o combate às chamas, tem a ver com a resposta que damos perante a calamidade”.
“O programa de emergência já estava para aprovação do Governo desde fevereiro, ainda por cima foi aprovado no dia dos incêndios. Há um exagero da parte do Governo porque o plano de emergência não serve para o combate às chamas. Num concelho como Mação, aquilo está de tal maneira automatizado que se põe tudo a funcionar rapidamente no sentido do socorro. Não quer dizer que não tenha de haver plano de emergência — tem de existir — mas não se pode justificar a área ardia com a ausência de um plano de emergência não aprovado pelo próprio Governo”.
Também no Twitter, Rui Rio criticou a postura do Governo, afirmando que o Executivo tentou “aligeirar responsabilidades no combate aos incêndios, tentando culpar os presidentes de câmara, particularmente o de Mação”.
Rui Rio revelou ainda que apoiará o ministro das Finanças, Mário Centeno, caso este seja nomeado para diretor-geral do FMI. “Salvo situações absolutamente extraordinárias, a regra é que eu apoio qualquer português que tenha condições para ocupar um cargo internacional de relevo”, começou por dizer.
“Se um português, neste caso o professor Mário Centeno, tiver reais possibilidades de substituir Christine Lagarde no FMI, com certeza que tem o meu apoio. Vale o que vale, à escala internacional o meu apoio não vale nada, mas, no que puder fazer, obviamente que tem o meu apoio”.
ZAP // Lusa
Este Rio, é mesmo mais uma desilusão completa. Mal fosse, que se fossem condenados, não abandonassem o lugar. Ora, tendo em conta, o que defendia sobre honestidade, e tendo em conta que é urgente, sacudir da politica, tudo o que é indiciado por qualquer falta de moral em funções publicas, se ele fosse mesmo sério, não aceitaria ninguém, já indiciado pela prática de quaisquer crimes. Pois, todos sabemos, que o facto de alguém que é acusado da prática crimes, poder vir a não ser condenado, não significa que não praticou esses crimes. O que se não conseguiu foi provar. E quantas vezes isto não acontece?
Ver para crer. Ainda que não deveriam ser convidados a tal. Bastaria terem um pingo de vergonha e darem esse passo por si. Mas o que esperar de gente de índole duvidosa…