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Cientistas poderão criar campos magnéticos na Terra tão fortes quanto buracos negros

Um novo estudo sugere a possibilidade de os cientistas serem capazes de criar campos magnéticos na Terra que se assemelhem à força daqueles observados em buracos negros e estrelas de neutrões, no Espaço.

De acordo com um novo artigo publicado na Scientific Reports, esses campos magnéticos super fortes – que seriam criados através da explosão de microtúbulos com lasers – são importantes para a realização de pesquisas de física, ciência dos materiais e astronomia.

A maioria dos campos magnéticos na Terra, mesmo os artificiais, não são particularmente fortes. A técnica de imagiologia por ressonância magnética (IRM) usada em hospitais produz, normalmente, campos de cerca de 10 mil gauss (1 tesla) – sendo que o campo geomagnético que oscila as agulhas da bússola regista entre 0,3 e 0,5 gauss.

Algumas máquinas de ressonância magnética usadas para pesquisa criam campos de 105 mil gauss (10,5 tesla) e uma experiência com lasers realizada num laboratório em 2018 criou um campo com cerca de 1.200 tesla.

M. Murakami

Implosão de um microtubulo – conceito artístico

Novas simulações virtuais realizadas por Masakatsu Murakami, um dos autores do estudo, sugere que a criação de um campo de 1 milhão de tesla poderá ser possível.

Segundo o Live Science, os investigadores descobriram que disparar impulsos de laser ultra-intensos em tubos ocos de apenas alguns micrómetros de diâmetro poderia fornecer energia suficiente aos eletrões na parede do tubo e fazer com que o tubo implodisse.

As interações desses eletrões e o vácuo criado com a implosão do tubo leva ao fluxo de corrente elétrica, que é o responsável pela criação do campo magnético. Neste caso, o fluxo de corrente poderá amplificar um campo magnético pré-existente entre duas a três ordens de magnitude, descobriram os cientistas.

Apesar de um campo magnético megatesla não durar muito tempo, desaparecendo após cerca de dez nanossegundos, seria o suficiente para fazer experiências, visto que as partículas e condições em que os cientistas trabalham desaparecem em menos do que o tempo de um piscar de olhos.

Os investigadores usaram simulações para confirmar se esses campos magnéticos ultra fortes estão mesmo ao alcance da tecnologia moderna e calcularam que a sua criação no mundo real exigiria um sistema de laser com energia de 0,1 a 1 quilojoule e uma potência total de 10 a 100 petawatts.

ZAP //

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