A Câmara dos Representantes está preparada para iniciar um processo de impeachment contra Donald Trump esta semana, se o vice-presidente Mike Pence e o gabinete se recusarem a destituí-lo do cargo, tendo em conta o seu papel em incitar uma multidão que atacou o Capitólio.
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, entregou o ultimato numa carta, na noite de domingo, na qual descreveu o Presidente cessante como uma ameaça urgente para a nação.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, esta segunda-feira, a Câmara avançará com uma resolução não vinculativa que pede a Pence que invoque a 25ª Emenda e tire Trump da sua autoridade presidencial.
Caso a medida não receba apoio unânime, como é esperado, a Câmara votará a resolução na terça-feira. Pence teria “24 horas” para responder.
Pelosi disse ainda que a Câmara “prosseguirá com a apresentação da legislação de impeachment.” Embora não tenha especificado um cronograma exato, os principais democratas sugeriram que a Câmara poderia iniciar os procedimentos logo a meio da semana, com um julgamento do Senado adiado para não desviar a atenção da agenda de Joe Biden.
“Ao proteger a nossa Constituição e a nossa Democracia, agiremos com urgência, porque este Presidente representa uma ameaça iminente para ambos”, escreveu Pelosi. “Com o passar dos dias, o horror do ataque contínuo à nossa democracia perpetrado por este presidente intensifica-se, assim como a necessidade imediata de ação.”
🚨NEW … @LeaderHoyer is asking for consent for the 25th amendment bill tomorrow. And then the House will move to impeach trump
Here’s @SpeakerPelosi letter to her Dem colleagues. pic.twitter.com/CubXVVvgli
— Jake Sherman (@JakeSherman) January 10, 2021
Pelosi explicou que a resolução exigia que Pence “convocasse e mobilizasse o gabinete para ativar a 25ª emenda para declarar o presidente incapaz de executar as funções do seu cargo”. De acordo com o procedimento, o vice-presidente “exerceria imediatamente poderes como presidente interino”.
No domingo, Pelosi disse, em declarações ao 60 Minutes, que Trump era “um presidente dos Estados Unidos louco, desequilibrado e perigoso”, acrescentando que fez algo “tão sério que deveria haver um processo contra ele”.
Não se espera que Pence tome a iniciativa de expulsar Trump, embora haja rumores sobre a opção da 25.ª emenda em Washington. Anteriormente, já havia especulações de que os democratas da Câmara poderiam tentar introduzir artigos de impeachment já esta segunda-feira.
Se Trump for removido do cargo por destituição ficará impedido de concorrer novamente à Casa Branca. No caso de ser alvo de um julgamento de destituição, será o único Presidente dos Estados Unidos, até agora, a ter sido alvo de dois processos desse género.
Na quinta-feira, o Presidente cessante reconheceu a derrota nas eleições de novembro e criticou os manifestantes que invadiram o Capitólio na quarta-feira. Num vídeo divulgado no Twitter, Trump afirmou que após a certificação dos resultados pelo Congresso, que confirmaram a vitória de Joe Biden, “a nova administração tomará posse a 20 de janeiro” e que o seu foco é agora “assegurar uma transição sem problemas”.
O republicano Donald Trump perdeu as eleições presidenciais de 3 de novembro para o seu rival democrata, Joe Biden, que deve tomar posse como 46.º Presidente dos Estados Unidos a 20 de janeiro.
Um final feliz para mais 4 anos de suplício. Tudo está bem quando acaba bem!
Há meses que isto estava planeado pela Pelosi. Cuidado ao abrirem precedentes; é que cando o sapato está no outro pé depois não se queixem.
Pedro pelo seu comentário deduzo que a Pelosi tenha uma bola de cristal onde viu que o Trump ia incitar uma multidão de apoiantes a invadir o capitólio LOL 😀
A ganância pelo Poder leva a esta e outras situações nada digna de gente que teriam por dever serem um exemplo de boa conduta devido aos cargos que ocupam, mas muitos se começam a envaidecer e imaginam-se acima de tudo e todos, veja-se o caso agora do senhor Costa que tudo manobrou para nomear um representante da justiça na UE para assim ter o controlo da situação a seu gosto, deu barraca e fica o país mal visto e sob desconfiança!
Misturar o caso do procurador europeu com o que se passa nos EUA, só ajuda a desvalorizar a situação!…
As manobras do Costa, a comparar com o que se tem passado nos EUA, são uma brincadeira de criança!…
Os casos passados são diferentes, no entanto, os fins são bem idênticos, ambição desmedida pelo poder e tiques de autoritarismo.