(dr) Georgia Tech
Uma tecnologia desenvolvida por engenheiros norte-americanos é a encarnação robótica de MacGyver, da famosa série televisiva. O braço mecanizado consegue criar ferramentas através de objetos do dia-a-dia.
Os braços robóticos estão a ficar cada vez mais sofisticados e capazes de fazer uma série de funções típicas de humanos. Depois da tecnologia inspirada em Luke Skywalker, que permitiu a um amputado sentir outra vez, engenheiros americanos criaram agora um braço robótico ao estilo de MacGyver.
Para os mais leigos, MacGyver é uma personagem fictícia da série de TV homónima, transmitida entre os anos 80 e 90. Habilidoso e perspicaz, MacGyver conseguia, em pouco tempo, construir ferramentas através de objetos comuns do quotidiano.
O braço robótico foi criado por engenheiros do Georgia Tech com o objetivo de, um dia, entrar numa área de desastre, avaliar a situação e com o que tiver à mão ajudar as pessoas. Por exemplo, o robô seria capaz de usar um tubo solto para empurrar destroços para libertar um sobrevivente — explica o New Atlas.
O projeto começou em 2012 e, desde então, já registou grandes avanços, muito graças ao machine learning — reconhecimento de padrões e da teoria de que computadores podem aprender sem serem programados para realizar tarefas específicas. Desta forma, o braço robótico conseguia perceber quais objetos fazem o quê e como usá-los em situações práticas de recurso.
Com objetos do quotidiano, o robô já é capaz de fazer martelos, espátulas, pás, rodos e chaves de fendas. Os resultados da investigação foram apresentados na conferência Robotics: Science and Systems, de 2019.
“A chave de fendas foi particularmente interessante porque o robô combinou um alicate e uma moeda”, disse Lakshmi Nair, investigadora responsável pelo estudo. “Raciocinou que os alicates eram capazes de agarrar algo e assumiram que a moeda se parecia com a ponta de uma chave de fendas. Juntos criam uma ferramenta eficaz”.
Uma das principais debilidades da tecnologia até ao momento é o facto de não conseguir ter em conta as propriedades dos materiais, ou seja, se um material é duro ou mole.
“As pessoas concluem que os martelos são robustos e fortes, daí que não fariam um martelo com blocos de espuma”, disse Nair. A investigadora diz que tornar o braço robótico ciente disso é o próximo passo da sua equipa, de forma a tornar esta tecnologia tão ou mais perfeita do que o próprio MacGyver.
