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Boris diz que vai respeitar decisão do Supremo, mas não se demite

Neil Hall / EPA

O primeiro-ministro britânico diz não concordar com a decisão do Supremo Tribunal, mas afirma que respeitará esta instância.

Este é um veredito que respeitaremos, apesar de discordar. Há ainda hipóteses para um discurso da Rainha na data estipulada e uma saída a 31 de outubro”, garantiu o primeiro-ministro britânico, citado pela TSF.

Fonte do Governo adiantou à agência Reuters que Boris Johnson não se vai demitir, apesar de o líder do partido Trabalhista e de outros partidos da oposição já terem defendido a sua saída.

O óbvio a fazer é organizar eleições. Jeremy Corbyn fala a torto e a direito, devia pedir eleições”, disse o primeiro-ministro à saída de uma reunião com empresários em Nova Iorque.

O Parlamento britânico vai retomar os trabalhos esta quarta-feira, às 11h30, mas sem realizar o debate semanal com o primeiro-ministro britânico, anunciou o presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow.

“Entrei em contacto com líderes dos partidos e, quando isso não foi possível, altos representantes de partidos políticos, para informá-los da minha intenção e preparar o caminho para a Câmara dos Comuns realizar o seu trabalho. Devido aos requisitos de notificação, não será possível realizar a sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro amanhã”, disse, numa declaração aos jornalistas perto do Parlamento.

No entanto, acrescentou, “haverá espaço para perguntas urgentes, declarações de ministros e pedidos de debates de emergência”.

Bercow aplaudiu a decisão do Supremo Tribunal, que considerou “ilegal” a suspensão do Parlamento decidida pelo primeiro-ministro, durante cinco semanas, até 14 de outubro, 17 dias antes do prazo para o Reino Unido sair da União Europeia.

“Ilegal porque impediu ou frustrou o Parlamento no cumprimento das suas funções essenciais. E fez isso num momento crucial para o nosso país. Os cidadãos do Reino Unido têm o direito de supor que o Parlamento cumpra a sua função principal, que é de estar em condições de escrutinar o Executivo, de obrigar os ministros a prestar contas e de legislar, se assim o desejar”, afirmou.

É esperado que Boris Johnson antecipe o regresso de Nova Iorque, onde se encontra a participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

ZAP // Lusa

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