Apesar de louvar a redução do preço dos passes sociais, Luís Marques Mendes refere que esta medida não surge por acaso, entrando em vigor “a dois meses das europeias e a seis das legislativas”.
No habitual espaço de comentário político no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes abordou as alterações no preço dos passes sociais, referindo a existência de “uma redução brutal” que “vai ter um impacto político e social enorme”. Mas o ex-líder do PSD foi mais longe e classificou a medida de “bomba eleitoral“.
O comentador político realçou o cariz prático e imediato das decisões que entrarão em vigor em abril – a poupança para o bolso dos portugueses.
Na prática, nenhum utilizador normal pagará mais de 40 euros pelo passe e idosos nunca mais de 20, adianta o Observador. Além disso, “estuda-se a hipótese de, mais para a frente, crianças até aos 12 anos estarem isentas”, adiantou Marques Mendes. Esta medida fará com que a utilização dos transportes públicos aumente.
No entanto, isso implica uma nova questão: “Existem transportes em qualidade e quantidade suficiente?”.
O comentador destacou ainda que esta medida é, sobretudo, para Lisboa e Porto. “Todos os portugueses pagam. Mas há muitos municípios do interior que não terão benefício nenhum e também pagam. O interior fica a ver navios. Para os grandes centros urbanos, onde há os votos, há dinheiro.”
Na opinião de Luís Marques Mendes, esta alteração nos preços é mesmo “a medida mais eleitoralista dos últimos 25 anos“, principalmente porque entra em vigor “a dois meses das europeias e a seis das legislativas”. “É uma medida justa, necessária, mas com um eleitoralismo à solta brutal”, resume.
“Está-se a matar o SNS”
O eleitoralismo voltou a marcar presença no comentário político deste domingo quando Marques Mendes surgiu com o tema “roteiro da saúde” que António Costa tem realizado nos últimos tempos – isto é, uma sucessão de inaugurações de unidades de saúde.
Marques Mendes desvalorizou a questão, rematando o assunto com a frase “toda a gente está a fazer campanha eleitoral”. De seguida, centrou as atenções nos problemas que assolam a Saúde em Portugal. “Está a matar-se o SNS”, principalmente porque falta “investimento em recursos humanos“.
Para o ex-líder do PSD, manter as cativações na Saúde está “a matar, a pouco e pouco, o SNS”. “O SNS é a maior conquista do 25 de abril, a seguir à liberdade. É um dos dois instrumentos principais para combater a desigualdade social, juntamente com a escola pública.”
Dada a gravidade do assunto, Marques Mendes apelou, inclusive, para que no final do período eleitoral, o Governo e a oposição se “entendessem” sobre o assunto.
O resto do pais é paisagem…
Em Lisboa vamos ter passes com preços limite mas no resto do pais continua-se a pagar o mesmo…
Será que não temos os mesmos direitos? Só vamos ter os mesmos deveres que é ajudar a pagar o défice entre os custos reais dos serviços e o montante pago às transportadoras?
E não venham dizer que serão os município da área metropolitana a pagar pois o dinheiro que eles gerem é “de nós todos”…
Meu caro Armindo,
No resto do país não tem a EMEL a restringir o estacionamento e a aplicar valentes multas a quem não quer pagar estacionamento. Também não tem grandes problemas de constegionamento de tráfico como na grande Lisboa e no Porto assim como restrições à entrada no centro da cidade para veículos mais antigos. O Sr. tem que entender as diferentes realidades e as realidades de Lisboa e do Porto divergem em muito do resto do país. Há cada vez mais incentivos da parte da câmaras destas duas grandes cidades para que a população utilize transportes públicos mas também há grandes gastos para quem não quer ou não pode usar transportes públicos.
Mas o que têm as multas de estacionamento, uma infração, a ver com o preço dos transportes? Como se fosse justificação. Tenha dó… Não tem nada a ver, mas até parece que só se multa em Lisboa.
Olha-me este!!! É preciso ter lata. Então o amigo não sabe que qualquer terrinha tem a polícia local que mais não faz do que multar carros?! E são muitas as terrinhas onde não há locais para estacionar. Um conselho: saia de Lisboa e Porto e perca um pouco de tempo a conhecer o país que obviamente bem demonstra desconhecer.
O senhor Esclarecido se tal como os políticos que apoia entende que a medida é justa porque não essas benesses ficarem por conta apenas das autarquias em questão, que dever temos nós fora dessa área de residência de contribuir para o vosso bem estar? Que tal taxarmos a água, o leite e outros produtos que vos enviamos para vos matar a sede e a fome a preços que nos sintamos ressarcidos pelos danos causados, estará de acordo?
Isto é mais um escândalo. Os Portugueses vão suportar esta benesse dada a Lisboetas e Portuenses. O resto do país, paga e cala. E os transportes públicos nas restantes regiões manterão ou ainda verão agravados os seus preços. Uma completa vergonha.