Michael Bloomberg, candidato às presidenciais primárias do partido democrata, admite vender a agência Bloomberg se derrotar Donald Trump e for eleito presidente dos Estados Unidos no próximo mês de novembro.
A declaração sobre o futuro da empresa surgiu depois de Bloomberg ter sido confrontado com a possibilidade de ganhar as eleições presidenciais norte-americanas. O empresário e os assessores conversaram sobre diferentes possibilidades, onde foi colocada em cima da mesa a hipótese da empresa ser gerida por um fundo fiduciário, mas a venda foi colocada como solução.
A decisão só será tomada se Bloomberg conseguir derrotar Donald Trump em novembro, e os representantes sublinharam que, atualmente, a empresa não se encontra à venda. “Como o Mike já disse por inúmeras vezes, se for eleito presidente em novembro, ele colocaria a empresa num fundos de depósito para vendê-la”, disse um porta-voz da empresa, acrescentado que “atualmente, não estamos à venda”.
“Não vai existir confusão sobre as suas participações financeiras, desfocando a divisão entre o serviço público e o lucro pessoal”, sustentou o consultor de campanha de Michael Bloomberg.
Em declarações à CNN, um assessor do empresário disse ainda que este também iria divulgar a sua declaração de impostos caso fosse eleito presidente dos Estados Unidos, disponibilizando-se a fazer algo que Trump não deseja fazer.
Donald Trump teve de abandonar a sua posição enquanto membro da sua própria empresa, mas nunca a vendeu, tendo colocado a sua filha Ivanka em frente dos negócios, além de o acompanhar na vida política.
A empresa Bloomberg foi criada em 1981 e Michael Bloomberg tem uma participação maioritária de 88% da empresa. Estima-se que o candidato, cujo património líquido está avaliado em 62,8 mil milhões de dólares (58,23 mil milhões de euros), já tenha gasto mais de 400 milhões de dólares (370 milhões de euros) na campanha.
Todos contra Bloomberg
O bilionário Michael Bloomberg estreou-se na quarta-feira nos debates das primárias democratas para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, tornando-se no alvo dos restantes candidatos.
O nono debate decorreu em Las Vegas, onde no sábado vão decorrer as primárias democratas, depois das realizadas nas últimas semanas no Iowa e em New Hampshire. O senador Bernie Sanders e o antigo autarca Pete Buttigieg lideram a corrida.
Bloomberg, antigo autarca de Nova Iorque, foi admitido pela primeira vez neste debate graças à projeções de intenções de voto superiores a 10%. O bilionário investiu 370 milhões de dólares em publicidade, mas só vai participar nas eleições primárias na Super Terça-Feira, em 3 de março.
Coube à senadora Elizabeth Warren abrir o ataque contra Bloomberg: “Os democratas não vão ganhar [as presidenciais] se tiverem um candidato que esconde as declarações de impostos, assédio a mulheres e apoio a políticas racistas“. Warren insistiu nestas acusações e instou Bloomberg a “libertar” as mulheres com as quais assinou acordos de confidencialidade para que possam falar livremente sobre as suas experiências. “Não vamos derrotar Trump com um homem que tem não se sabe quantos acordos de confidencialidade com mulheres”, advertiu a senadora.
Bloomberg escusou-se a revelar quantos acordos daquele tipo terá assinado e disse que os casos iam continuar em segredo: “Elas decidiram quando chegaram a um acordo que queriam manter segredo”.
Já o senador Bernie Sanders criticou o passado recente de Bloomberg como apoiante do Presidente George W. Bush e de estar agora a usar a fortuna para “comprar” a candidatura democrata.
O ex-vice-Presidente norte-americano Joe Biden criticou as políticas policiais racistas do antigo presidente da câmara de Nova Iorque e também a oposição manifestada por Bloomberg ao Obamacare, a lei de saúde de Barack Obama, que deu uma cobertura para as despesas médicas a milhões de norte-americanos.
Bloomberg ignorou estes ataques e no final do debate foi quem menos falou entre os seis participantes, embora tenha sido o mais interpelado.
Como favorito, de acordo com as sondagens de opinião, a vencer as primárias, Sanders foi também alvo de alguns ataques relativamente ao sistema de saúde público e universal que o candidato defende, mas também por não ter divulgado os relatórios médicos depois do enfarte que sofreu em outubro.
Depois das eleições no Nevada, os candidatos democratas voltam aos debates na próxima terça-feira na Carolina do Sul, quarto estado a realizar primárias prevista em 29 de fevereiro. Os candidatos procuram com estes debates destacarem-se na corrida para a Super Terça-feira de 3 de março, em que 14 estados vão às urnas, incluindo os dois maiores: California e Texas.
ZAP // Lusa
Pete Buttigieg??? Mas desde quando é que um pirralho de 38 anos tem estaleca pra ser Presidente dos EUA?
Desde imemoráveis tempos que as decisões das mais diversas comunidades foram sempre levadas a cabo pelos “anciães” da comunidade. Por alguma razão como é óbvio… A experiência e a sabedoria não são substituíveis pelo sex-appeal quando toca a decidir sobre coisas que afectam a vida de toda a gente.
Senão pra isso vamos meter as gajas do Elefante Branco a concorrer a Belém!