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De olhos postos em Almada e com a aposta em Joana Mortágua, o Bloco volta a prometer passes a 20 euros

Manuel Fernando Araújo / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins.

Em campanha em Almada com Joana Mortágua, a habitação e os passes sociais foram os temas em cima da mesa do Bloco de Esquerda.

Depois de andar em campanha no Norte, o Bloco de Esquerda foi por Portugal abaixo e parou em Almada, onde a actual vereadora Joana Mortágua é a aposta para a autarquia.

A chuva repentina inspirou o discurso da candidata, que afirma que “faça chuva ou faça sol, o Bloco de Esquerda pode e vai ficar à frente da direita”. Recorde-se que Inês de Medeiros, do PS, conquistou Almada há quatro anos e aliou-se ao PSD, uma câmara historicamente nas mãos da CDU.

O deputado Pedro Filipe Soares deixou críticas ao bloco central em Almada e fez um trocadilho com as duas margens do Tejo. “Quando o PS quis falar à esquerda, em Lisboa, o Bloco soube dialogar e colocar no centro matérias fundamentais para o viver da cidade. Quando o PS quis falar à direita, dissemos que quem escolhe governar à direita, não tem o apoio do Bloco de Esquerda”, afirmou.

Joana Mortágua apostou na habitação como trunfo para captar votos. “Deixem-se entusiasmar pela candidatura do Bloco, deixem-se entusiasmar pela ideia de que é possível ter 25% de habitação a custos controlados em construção nova, de que é possível não ter medo”, discursou.

A candidata contou também uma história das dificuldades do acesso à habitação na cidade e ironizou sobre como seria bom se em Almada “nascessem casas como nascem rotundas ou hotéis de luxo”. “O PS corre agora a prometer aquilo que não fez. Onde ficaram as promessas de há quatro anos?”, questionou Mortágua.

A escritora Luísa Costa Gomes também já tinha deixado alfinetadas à governação de Inês de Medeiros da habitação, referindo que a autarquia “rejeita” quem vive em Almada e que se rende “à monocultura do turismo“.

Já Catarina Martins preferiu focar-se na mobilidade. Durante uma viagem de metro, a líder bloquista criticou o “péssimo” anúncio do governo sobre o travão ao aumento dos custos da electricidade em 2022 porque a medida vai ser financiada pelo Fundo Ambiental e vai “roubar nos transportes” em prol dos “lucros estratosféricos das eléctricas”.

Durante o seu discurso, Catarina Martins voltou ao tema, lembrando que os 150 milhões que o governo vai usar do Fundo Ambiental foi o mesmo preço da redução dos passes sociais em 2019.

A coordenadora do Bloco garante que o partido usaria esse dinheiro para fazer “o caminho para que os estudantes, os pensionistas e as pessoas desempregadas não paguem passe social e para que não haja nenhum passe social no país a custar mais de 20 euros por mês.”

Adriana Peixoto, ZAP //

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