Bloco de Esquerda não desiste das medidas que bloquearam OE para 2022 e inclui-as no programa eleitoral para 30 de janeiro

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Manuel de Almeida / Lusa

Documento com que os bloquistas se apresentarão a eleições faz referências aos socialistas, mas sobretudo às propostas que ficaram por aprovar nas negociações para o Orçamento do Estado para 2022.

No programa eleitoral com que se vai apresentar a eleições legislativas, a 30 de janeiro, o Bloco de Esquerda está determinado em não fazer esquecer as negociações para o Orçamento do Estado para 2022, as quais resultaram num não entendimento, no chumbo do documento e na consequente dissolução da Assembleia da República por parte de Marcelo Rebelo de Sousa.

Ao longo dos últimos dias, os bloquistas têm estado a ultimar o seu programa, ao qual o jornal Público teve acesso, e as críticas ao PS são uma constante, com referências às medidas propostas e recusadas pelo Governo de António Costa, assim como os objetivos do BE que ficaram por cumprir durante a presente legislatura — como é o caso da despenalização da morte medicamente assistida ou a integração dos advogados e solicitadores na Segurança Social.

Paralelamente, são também incluídas as medidas que constavam na lista que o Bloco levou para as negociações com o Governo e que acabaram por não sair do papel:  insistência num programa ferroviário nacional, o combate ao preconceito e discriminação, a criação de novas políticas de imigração e a defesa do bem-estar animal.

Ao longo do documento, o BE esforça-se por se diferenciar dos socialistas, colando o partido de António Costa à direita e até às medidas implementadas pela troika — as quais, no entender dos bloquistas, se mantiveram face à pouca vontade do Governo do PS em as reverter. De acordo com o jornal Público, são lembradas, pelo menos 38 vezes, as medidas “rejeitadas pelo PS”, a “herança da troika que o PS insiste em conservar”, ou como “o Governo do PS se tem recusado a fazer o investimento [público] que se impõe”.

Como exemplos, o BE evoca o Estatuto do SNS — “em muitos aspetos, um retrocesso em relação ao caminho feito entre 2015 e 2019” — ou a Lei de Bases da Habitação — “um passo importante”, mas que peca “por manifesta falta de vontade política”. Já no que respeita a tópicos como a emergência climática, os bloquistas não têm problemas em aproximar os socialistas da direita, dizendo “que as prioridades e o ritmo da transição energética continuam subordinados aos interesses privados da administração e acionistas da EDP e da Galp”.

Ainda de acordo com o Público, do programa constam propostas de revisão da lista de offshores para combate à corrupção, ao crime económico e ao abuso fiscal e uma proposta de criação de um Serviço Nacional de Cuidados — semelhante ao modelo do SNS, universal e tendencialmente gratuito.

ZAP //

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1 Comment

  1. Depois das eleições o caviar deve ser curto e resumir-se-ão à insignificãncia que merecem. o Chega deve dar-lhes uma abada e como as medidas são exactamente opostas a esquerda caviar resumir-se-á à comunicação social

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