O Bloco de Esquerda escolheu como candidato à Câmara do Porto o sociólogo Sérgio Aires, independente de 52 anos e assessor no Parlamento Europeu.
O independente Sérgio Aires, número três na lista bloquista às europeias, foi esta terça-feira aprovado pela comissão coordenadora concelhia do BE do Porto como cabeça de lista à câmara portuense nas próximas autárquicas, adiantou à agência Lusa fonte oficial.
A proposta de Sérgio Aires como primeiro candidato do BE à Câmara do Porto será agora apresentada à assembleia de aderentes bloquistas do concelho e votada já no sábado, juntamente com o nome também hoje escolhido para encabeçar a lista à Assembleia Municipal, a deputada municipal Susana Constante Pereira.
Com 52 anos e nascido no Porto, Sérgio Aires é independente, mas esta não é a primeira vez que concorre pelo BE a umas eleições, já que, nas europeias de 2019, foi número três da lista encabeçada pela eurodeputada bloquista Marisa Matias, que conseguiu então dois mandatos.
O BE concorre à Câmara do Porto desde 2001, mas nos cinco atos eleitorais a que se apresentou nunca conseguiu eleger um vereador.
A vez que esteve mais próximo desse objetivo foi nas últimas autárquicas, em 2017, com João Teixeira Lopes como cabeça de lista, quando ficou a 635 votos do resultado alcançado pela CDU, que elegeu uma vereadora, a comunista Ilda Figueiredo.
Nesse ato eleitoral, o BE elegeu três deputados municipais para a Assembleia Municipal do Porto.
“Licenciado em Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, desde cedo se dedicou ao combate à pobreza, seja a título voluntário seja profissional, desempenhando diversos cargos, tais como investigador, formador, assessor e especialista em múltiplos programas e instituições da cidade e ao nível nacional”, pode ler-se na nota biográfica de Sérgio Aires enviada à agência Lusa.
Entre 1994 e 1998 integrou o gabinete de investigação da EAPN Portugal – Rede Europeia Anti-Pobreza, entidade na qual viria a assumir a função de coordenador nacional entre 1998 e 2006.
“Entre 2006 e 2018 foi diretor do Observatório de Luta contra a Pobreza na Cidade de Lisboa. Entre 2012 e 2018 presidiu à European Anti-Poverty Network, organização europeia que integra 31 redes nacionais e 13 organizações europeias. É também fotógrafo, tendo diversos trabalhos publicados e inúmeras exposições”, acrescenta a mesma nota.
Desde 2006 trabalha como consultor independente nas áreas do combate à pobreza e da economia social, estando atualmente a desempenhar também funções como assessor parlamentar no Parlamento Europeu.
Em termos globais, nas últimas autárquicas, os bloquistas tiveram um aumento expressivo de votos, conseguiram recuperar o vereador em Lisboa e eleger mandatos para autarquias inéditas, mas falharam a conquista de uma câmara, objetivo que havia sido traçado por Catarina Martins, ficando-se pelos 3,29% dos votos na contagem para as câmaras municipais.
ZAP // Lusa