A coordenadora do BE considerou hoje que os “eleitores em Portugal ficaram vacinados com o que aconteceu” com as sondagens nas últimas legislativas e que, quanto às eleições de 10 de março, “a procissão ainda vai no adro.
Mariana Mortágua esteve esta manhã reunida com um grupo de economistas para debater a prioridade da política económica para Portugal e foi questionada pelos jornalistas sobre a sondagem SIC/Expresso hoje divulgada.
Segundo esta sondagem, feita antes de ser conhecido o escândalo de corrupção na Madeira e a demissão de Miguel Albuquerque, o Chega subiu e já atinge os 21%, havendo uma estagnação do PS e da AD. Bloco e IL têm ambos 5%.
À esquerda, diz a sondagem, 58% dos eleitores do PS aprova um regresso de uma aliança com o Bloco de Esquerda e 40% dá luz verde a um acordo com o PCP. Contrariamente, 27% rejeitam um acordo com os bloquistas e 46% dizem não aos comunistas.
“Sobre as sondagens, gostaria de dizer uma coisa: o país sabe o que aconteceu com as sondagens nas últimas eleições e, portanto, acho que aprendemos todos que as sondagens valem o que valem, como se diz”, começou por responder.
Para a líder do Bloco de Esquerda, os portugueses e os eleitores em Portugal ficaram vacinados com o que aconteceu nas últimas eleições e sobre o papel das sondagens. “Sabemos o que aconteceu nas últimas eleições e como as sondagens se enganaram”, recordou.
A uma semana das legislativas de 2022, que o PS acabou por ganhar com maioria absoluta, sondagens chegaram a dar o PSD à frente dos socialistas.
“A segunda nota é que a procissão ainda vai no adro e o Bloco de Esquerda está aqui, está muito comprometido a construir uma maioria em Portugal, uma maioria política capaz de virar esta página de maioria absoluta, capaz de pensar o que é uma economia de altos salários, uma economia digna, um país capaz de resolver o principal problema que tem, que é o acesso ao SNS, o problema da habitação”, enfatizou ainda.
A líder bloquista mostrou-se convicta que “essa maioria vai existir e que no dia a seguir às eleições, Portugal terá uma maioria capaz de ter um acordo que garanta não só a estabilidade ao país, mas também a capacidade de resolver problemas que se arrastam há demasiado tempo”.
“E dar um horizonte de esperança e de melhoria da qualidade de vida para todos os portugueses, para quem vive em Portugal, para a maioria da população. É por isso que estamos a trabalhar e vamos ganhar essa batalha e estamos convictos disso”, acrescentou.
Sobre as eleições nos Açores deste fim de semana e a possibilidade de influenciar os resultados das legislativas, Mortágua considerou que “as eleições são necessariamente diferentes e cada eleição tem as suas dinâmicas próprias”.
“Acho que é sempre errado fazer colagens, extrapolações ou previsões com base em outros processos eleitorais”, ressalvou. No entanto, a situação dos Açores deve deixar o eleitorado consciente de duas situações.
“Que uma governação de maioria de direita nos Açores, o que deu é uma economia mais pobre, com mais pobres, de facto, um grande aumento da pobreza, apesar de haver mais riqueza, o que quer dizer que há mais desigualdades e uma distribuição inédita de lugares e nomeações no estado”, referiu.
Segundo a líder do BE, o Governo Regional dos Açores “bateu todos os recordes de nomeações e distribuição de lugares, 8 milhões de euros”, ironizando tratar-se de “uma indústria em desenvolvimento nos Açores, pelas mãos do Governo da direita”.
“A segunda coisa que sabemos sobre o Governo dos Açores da direita é que o PSD não faz acordos com o Chega até ao dia em que faz acordos com o Chega e essa é uma lição que não esquecemos”, enfatizou.
ZAP // Lusa
“sondagens’ é um dos mais recentes divertimentos políticos.
Tenho o maior respeito pelo trabalho das pessoas, nomeadamente de pesquisa mas este, não me levem a mal, mas sempre achei que só serve para gastar dinheiro, tentar promover ou despromover partidos, em resumo, enganar tolos.
As evidências têm – no comprovado.
Os “empates técnicos”, então, são de levar às lágrimas. Mesmo “à boca das urnas”, já se traduziram em maiorias absolutas.