Biden diz que Putin “não pode permanecer no poder”

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gageskidmore / Flickr

O presidente dos EUA, Joe Biden

O Presidente dos EUA, Joe Biden

O Presidente dos Estados Unidos disse, este sábado, que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, não pode continuar no poder. Num discurso em Varsóvia, Joe Biden alertou para uma guerra que pode ser longa.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou este sábado em Varsóvia que o seu homólogo russo não deve permanecer no poder após ter desencadeado a invasão da Ucrânia.

“Por amor de Deus, esse homem não pode permanecer no poder”, disse Biden durante um discurso no castelo real de Varsóvia, num tom particularmente duro dirigido ao Presidente russo, Vladimir Putin.

Já este domingo, a Casa Branca apressou-se a esclarecer que os Estados Unidos não pretendem uma mudança de regime na Rússia.

“O Presidente, a Casa Branca, quis passar uma mensagem bastante simples ontem à noite: o Presidente Putin não pode ser empoderado para fazer guerra, agredir a Ucrânia ou qualquer outro país”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante uma visita a Jerusalém.

“Como sabem, e nos ouviram dizê-lo repetidamente, não temos uma estratégia para provocar uma mudança de regime na Rússia — ou em qualquer outro lugar”, acrescentou.

Ao dirigir-se diretamente aos russos, Biden insistiu no facto de não ser o povo russo quem considera como inimigo. “Permitam-me dizer isto, se forem capazes de entender, vós, o povo russo, não são o nosso inimigo”, declarou.

“Recuso acreditar que irão receber favoravelmente a morte de crianças e de avôs inocentes ou aceitem que hospitais, escolas, maternidades, sejam destruídos por mísseis e bombas russas”, disse, salientando: “Esta guerra não é digna de vós, povo russo”.

E insistiu: “Putin deve pôr termo a esta guerra”.

O Presidente norte-americano considerou, no entanto, que o conflito na Ucrânia não vai terminar rapidamente e fez uma vibrante defesa da democracia liberal e da aliança militar da NATO, ao considerar que a Europa está confrontada com um imenso desafio.

A batalha “entre a democracia e a autocracia” não será “ganha em alguns dias ou meses. Devemos preparar-nos para um longo combate que temos pela frente”, advertiu, antes de assegurar aos ucranianos: “estamos do vosso lado”.

Biden também reafirmou que os Estados Unidos não pretendem entrar em conflito com as forças russas que invadiram a Ucrânia, mas fez um sério aviso a Moscovo: “Não pensem avançar um centímetro em território da NATO”.

“Esta guerra já constitui uma derrota estratégica para a Rússia”, disse o Presidente norte-americano, aplaudido por cerca de mil pessoas que assistiam ao seu discurso frente ao palácio real na capital polaca.

O Presidente dos Estados Unidos visitou a Polónia depois de ter participado em três cimeiras, da NATO, do G7 e da União Europeia (UE), em Bruxelas, centradas na invasão russa da Ucrânia.

Biden visitou as forças armadas norte-americanas estacionadas na Polónia perto da fronteira com a Ucrânia, reuniu-se com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Ucrânia, Dmitro Kuleba e Oleksii Reznikov, respetivamente, e com o presidente polaco, Andrzej Duda, cujo país teme a agressividade de Moscovo, após a Rússia ter invadido a Ucrânia, tendo-se encontrada ainda com refugiados ucranianos.

No encontro com Duda, o Presidente norte-americano reafirmou que o artigo 5.º do tratado da NATO, estipulando que um ataque a um país membro é um ataque a todos, constitui “um dever sagrado” para os Estados Unidos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, 3,7 milhões das quais para fora do país.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Chega un momento en que já não interessa quem tem razão em continuar esta carnificina . Os “protagonistas” desta barbaridade perdem qualquer “Razão” . Interessa sim revoltarmos-nos , cada um a sua maneira e possibilidade contra o “assassinato” de Civis e sobre tudo de Crianças . Ao atingir de forma indiscriminada infraestruturas e edifícios Civis , Putin revela aquilo que é e que o Presidente Biden acabou de apelidar com justa razão !

    • Infelizmente os edifícios civis são usados e ocupados pelas tropas e tornam-se alvos de guerra, como já explicaram vários generais portugueses. Não devia ser assim mas é a realidade. Os civis e as infraestruturas civis são usados como escudos, depois as vítimas civis tornam-se inevitáveis. As guerras em meios urbanos são as mais terríveis. Tenho relato de quem foi agora à Ucrânia e viu ucranianos a matarem civis para depois acusar os russos. A guerra é um estado de demência. Mais culpado de quem as faz é quem as provoca e sr Biden e a UE também tem muita culpa, mas fazem-se de inocentes e acusadores.

  2. Infelizmente os edifícios civis são usados e ocupados pelas tropas e tornam-se alvos de guerra, como já explicaram vários generais portugueses. Não devia ser assim mas é a realidade. Os civis e as infraestruturas civis são usados como escudos, depois as vítimas civis tornam-se inevitáveis. As guerras em meios urbanos são as mais terríveis. Tenho relato de quem foi agora à Ucrânia e viu ucranianos a matarem civis para depois acusar os russos. A guerra é um estado de demência. Mais culpado de quem as faz é quem as provoca e sr Biden e a UE também tem muita culpa, mas fazem-se de inocentes e acusadores.

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