Os EUA poderão vir a pagar transportes, cuidados de saúde, serviços jurídicos e serviços de emprego e de educação aos migrantes que foram separados ao abrigo da estratégia de “tolerância zero” nas fronteiras, disse o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) na segunda-feira.
O objetivo é orientar o plano de reunificação familiar, numa altura em que o governo procura identificar e reunir com os pais as mais de 500 crianças migrantes separadas pela política de fronteiras do seu antecessor.
“Estamos a empenhar todos os esforços através do Departamento de Segurança Interna e do governo federal para reunir as crianças que foram cruelmente separadas dos seus pais”, disse o secretário do DHS, Alejandro Mayorkas, numa declaração escrita.
Em 2018, Donald Trump instituiu a estratégia da “tolerância zero”, que determinou que quem cruzasse as fronteiras fora dos locais oficiais seria detido e julgado. Assim, milhares de crianças foram separadas na fronteira dos EUA com o México dos pais que tentavam entrar de forma ilegal à procura de refúgio ou de trabalho.
Biden pôs fim a esta política dias após a tomada de posse, mas reverter os efeitos da medida vai levar meses, senão anos. Como mencionou a porta-voz do Presidente dos EUA, Jen Psaki, “queremos agir rapidamente, queremos agir prontamente, mas também precisamos de ter a certeza que o fazemos através de um processo político estratégico”.
Na mesma ordem executiva do dia 2 de Fevereiro, a administração Biden propôs considerar igualmente trazer os pais deportados de volta aos Estados Unidos.
Como política alternativa, face à situação crítica dos migrantes, Biden planeia criar programas para acompanhar quem entra nos EUA e assegurar que lhes seja concedida autorização, ao invés de detê-los de imediato na fronteira, avança a Reuters.
Contudo, com milhares de migrantes à espera em campos junto à fronteira do México de uma resposta da nova administração, Biden já tinha avisado em Dezembro que iria proceder de forma gradual para evitar uma corrida para entrar nos EUA.
Obrador vai pedir a Biden para partilhar vacinas com o México
O Presidente do México vai pedir ao seu homólogo norte-americano, Joe Biden, para considerar partilhar parte das provisões de vacinas contra o coronavírus dos Estados Unidos com o México, o seu vizinho mais pobre a Sul.
Segundo responsáveis dos Governos de ambos os países, este pedido está previsto acontecer quando os dois líderes participarem numa cimeira por videoconferência na segunda-feira.
López Obrador tem sido um dos líderes dos chamados países em desenvolvimento que mais têm pressionado os países ricos a incrementarem o acesso das nações pobres às vacinas. O chefe de Estado mexicano rotula o atual sistema de distribuição de “totalmente injusto”.
“Estamos garantidamente à espera que isso [pedido de vacinas] surja durante a cimeira”, afirmou o funcionário norte-americano.
Um responsável mexicano explicou, por sua vez, que López Obrador pretende pedir um empréstimo de vacinas dos EUA, que será pago quando as vacinas requisitadas com as farmacêuticas com as quais o México assinou contratos forem entregues, mais tarde neste ano.
De acordo com o site noticioso mexicano Proceso, o Presidente do México levantou esta questão a Biden quando os dois falaram ao telefone, em Janeiro, pouco tempo depois da tomada de posse do chefe de Estado norte-americano.
Apesar de Biden ter aumentado o financiamento dos esforços internacionais de combate à covid-19, poderá enfrentar oposição interna se começar a enviar já carregamentos de vacinas para outros países.