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Biblioteca de São Lázaro acusada de deitar ao lixo centenas de livros doados

(dr) Lisboa.pt

Biblioteca Municipal de São Lázaro, em Lisboa.

A Biblioteca Municipal de São Lázaro, em Lisboa, é acusada de deitar ao lixo centenas de livros que lhe foram doados, denunciou a atriz Joana Manuel através de uma publicação feita no Facebook.

Em declarações ao Observador, o bibliotecário principal de São Lázaro garante que as acusações são falsas e classificou-as como “maledicência”.

A publicação de Joana Manual é acompanhada por fotografias de livros num ecoponto da Rua Nova do Desterro. Um amigo da atriz ainda conseguiu “salvar” algumas das obras.

“A Biblioteca Municipal de São Lázaro, em Arroios, recebeu uma doação de centenas de livros. Os que estão aqui com ar arrumadinho foram salvos pela pessoa que me alertou para isto. Edições da Afrodite, da &etc, edições estrangeiras de autores portugueses, até um exemplar que se encontra à venda na net por 280 euros.”, começou por escrever Joana Manuel.

“Os restantes tiveram o destino que se vê nas outras fotos. Se alguém tiver uma cana de pesca e uma lanterna, ainda pode passar no ecoponto da Rua Nova do Desterro e tentar a sorte”, acrescentou. “Mas fica a dica: se tiverem livros para doar, não doem à biblioteca mais bonita de Lisboa. As pessoas lá dentro não parecem estar para se chatear muito com isso”.

A publicação, partilhada na quinta-feira à noite, conta já com centenas de ‘gostos’ e comentários e quase outras tantas partilhas.

Ao Observador, o amigo mencionado por Joana Manuel, Pedro Soares, garante ter testemunhado o ocorrido.

“Dois funcionários puseram os sacos no corredor naquele momento, pegaram em alguns livros e fizeram comentários próprios de quem os estava a ver pela primeira vez, o que me leva a concluir que não fizeram nenhuma triagem prévia”, relatou. “Estavam enervados, parecia que lhes tinha caído em cima uma tarefa muito aborrecida”.

Com autorização dos bibliotecários, Pedro Soares e outras pessoas que ocupavam o espaço puderam escolher alguns dos livros e levá-los para casa. “Isto foi uma doação, tire o que quiser”, terá dito uma bibliotecária.

Os livros que ninguém quis foram postos em sacos junto da porta de entrada, com os bibliotecários a argumentarem que iriam para “cabines de leitura” da freguesia.

“Pouco tempo depois, saí para ir tomar um café e vi um dos bibliotecários a regressar da zona dos contentores, com os sacos dos livros vazios. Mais tarde passei mesmo ao lado do ecoponto do papel e espreitei. Vi o fundo cheio de livros”, contou.

Rui Faustino, responsável pela Biblioteca Municipal de São Lázaro, desmentiu as acusações e garantiu que “nenhum livro propriedade da Biblioteca de São Lázaro ou da rede de Bibliotecas de Lisboa foi colocado no lixo”.

“As pessoas podem dizer o que quiserem, vivemos em democracia, mas têm de provar as acusações que fazem”, atirou Rui Faustino, acrescentando que estamos perante “maledicência” e “fake news”.

ZAP //

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